Em
Julho de 2011 comecei um pequeno projecto fotográfico.
Chamei-lhe
“Raisparta a competitividade” e continha, em exclusivo, imagens de lojas
encerradas, identificadas com o tipo de comércio ou serviço que tinha ali existido.
Surgiu
este projecto num misto de cultura e estética: uma livraria encerrada e a luz
que entrava, magnificamente, pelo vidro de uma velha padaria fechada.
Não
fiz um trabalho de recolha exaustivo mas tão ir fotografando as que encontrava
nas minhas deambulações pela cidade de Lisboa e arredores.
Durou
pouco mais de dois meses!
As
conversas que fui tendo com os comerciantes vizinhos foram por demais pungentes
para que as pudesse ouvir de ânimo leve e dormir tranquilo.
Foram
127 as imagens que publiquei, de tantas e tantas que fiz.
Calhou,
hoje e mais de dois anos depois, ter-me passeado por uma zona da cidade onde não
costumo caminhar. E voltei a ficar assustado com a quantidade de lojas e
serviços fechados.
E
lembrei-me de exemplos icónicos recentes do mesmo tema: Um Fast Food (Pizza
Hut) que encerrou em Lisboa; da Dimofel (loja de componentes electrónicos)
entre outras que também fechou portas; da geladaria da Av da Liberdade que também
desapareceu.
Em
alternativa, a mesma avenida está cheia de lojas de hiper luxo, com um não sem
que número de agentes da PSP que lhes garantem a segurança, enquadrados por automóveis
cujo preço de cada um faria comer e tudo o mais de várias famílias no país durante
um ano.
Pergunto-me,
sem sofismas, onde querem levar este país os que agora o governam, os que agora
legislam e os que agora, de fora do país, impõem regras sociais e económicas.
O
termo agora a seguir a “Raisparta” já não “Competitividade”.
Já
é mesmo “Governo” e “Troika”!
By me
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