quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Vazio



Em Julho de 2011 comecei um pequeno projecto fotográfico.
Chamei-lhe “Raisparta a competitividade” e continha, em exclusivo, imagens de lojas encerradas, identificadas com o tipo de comércio ou serviço que tinha ali existido.
Surgiu este projecto num misto de cultura e estética: uma livraria encerrada e a luz que entrava, magnificamente, pelo vidro de uma velha padaria fechada.
Não fiz um trabalho de recolha exaustivo mas tão ir fotografando as que encontrava nas minhas deambulações pela cidade de Lisboa e arredores.
Durou pouco mais de dois meses!
As conversas que fui tendo com os comerciantes vizinhos foram por demais pungentes para que as pudesse ouvir de ânimo leve e dormir tranquilo.
Foram 127 as imagens que publiquei, de tantas e tantas que fiz.

Calhou, hoje e mais de dois anos depois, ter-me passeado por uma zona da cidade onde não costumo caminhar. E voltei a ficar assustado com a quantidade de lojas e serviços fechados.
E lembrei-me de exemplos icónicos recentes do mesmo tema: Um Fast Food (Pizza Hut) que encerrou em Lisboa; da Dimofel (loja de componentes electrónicos) entre outras que também fechou portas; da geladaria da Av da Liberdade que também desapareceu.
Em alternativa, a mesma avenida está cheia de lojas de hiper luxo, com um não sem que número de agentes da PSP que lhes garantem a segurança, enquadrados por automóveis cujo preço de cada um faria comer e tudo o mais de várias famílias no país durante um ano.

Pergunto-me, sem sofismas, onde querem levar este país os que agora o governam, os que agora legislam e os que agora, de fora do país, impõem regras sociais e económicas.
O termo agora a seguir a “Raisparta” já não “Competitividade”.

Já é mesmo “Governo” e “Troika”!

By me

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