“Ah, e tal… Não
vou ao plenário da empresa, que estou quase a ser promovido e se o chefe me vê
lá…”
“Ah e tal… Não
posso fazer greve, que estou a recibos verdes e se sabem que fiz…”
“Ah e tal… Não
posso ir lá na frente, que estou à procura de emprego e se apareço assim nos
jornais…”
Estes e outros
argumentos já os ouvi vezes demais. E ouvi-os da boca de gente que sei não
serem “medricas”. Gente combativa, com ideias e sonhos e que por eles luta.
Mas têm medo.
Um medo não
animal, como se a sua sobrevivência estive em risco no imediato, mas aquele
medo restrito aos humanos, que prevêem o futuro e o acautelam em função do que
hoje fazem ou não.
E é isto mesmo que
a sociedade, no seu lado bem negativo, quer: gente obediente e com medo, capaz
de sacrificar os seus sonhos e ideias perante ameaças, muitas vezes não
materializadas, sobre o seu futuro e o dos seus.
E as vozes que vêm
do alto, sem rosto, sorrisos ou esgares, tratam de ir mantendo, quando não
aprofundando esse medo. Com sucesso!
E as outras vozes,
as que têm rosto e nome e que, ironicamente, são escolhidas para o posto por
voto popular, vão tratando de ir eliminando, paulatinamente, as regras que criámos
e que impediam a razão de ser desses medos.
Os últimos
governos têm tratado disso com muita eficácia, empurrados por mão firme e invisível.
Ou quase invisível!
Que as normas sociais
e laborais que os nossos parceiros (leia-se carcereiros) que compõem a chamada “Troika”
têm vindo a impor mais não são que isso mesmo: ajustar o país a uma condição de
subserviência ignóbil perante interesses que nada têm a ver com a cidadania ou
a felicidade individual.
Está na altura de
começarmos a cortar, sem dó nem piedade, os cabos destes altifalantes! Que
vozes do alto só, e muito eventualmente, as dos deuses!
By me
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