É
como que um “momento zen”, este que passo, diariamente, a encher os cigarros p’ro
dia. Com as mãos ocupadas a fazerem movimentos repetitivos, a mente pode voar
até onde entende. É como no banho.
Hoje,
e já não sei como ou porquê, lembrei-me de um facto que não tenho como
rigorosamente certo: Na China, os familiares dos condenados à morte têm que
pagar a bala usada.
Nem
desconfio da veracidade da coisa e sabemos como é isto dos boatos: tantas vezes
repetidos acaba por ser aceite como verídico. E como não conheço ninguém que o
comprove…
E
esta cobrança ridícula levou-me a um outro caso, este real porque vivido por
mim:
Uma
tarde sou abordado por um agente da polícia municipal de Lisboa, perguntando-me
se teria eu licença para ocupar aquele metro quadrado do Jardim da Estrela para
fazer fotografia. Tratava-se do meu projecto “Old Fashion”. O espaço ocupado
era o da minha câmara num tripé, um saco a ele encostado e uma cadeira de lona onde
eu esperava os eventuais clientes. Quanto ao negócio propriamente dito, não
envolvia dinheiro ou recibos, que as fotografias eram feitas e entregues
gratuitamente. O meu “lucro”, e para além das fotos em si, foram as história e
vivências que dali vieram comigo.
Não
tinha eu licença, disse-lho, tal como lhe disse que não tencionava obtê-la.
Voltei a vê-lo em diversos dias, enquanto ele patrulhava o jardim e eu ali
estava parado, e nunca mais me perguntou o que quer que fosse.
E
tudo isto a propósito de, depois de amanhã, uns valentes milhares de pessoas
irem pagar portagem no decurso de uma manifestação na capital.
Ora
batatas!
Se
a manifestação é, exactamente, contra as cobranças excessivas internas e
externas por parte das entidades governamentais, então há que pagar para o
fazer?
Venerandos
e obrigados, comprometidos com o sistema, abanando o focinho com o chocalho a
dar a dar, não vá o pastor perder uma ovelha que entre p’lo terreno proibido.
Meeeeeeeee!
By me
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