segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Tudo branco



É sabido que as ideias são como as cerejas: vêm umas atrás das outras.
Salto da cama na hora prevista, vejo e faço este registo.
E a primeira coisa que me veio à cabeça, ainda antes de ir buscar a câmara foi uma velha expressão: “Saiu-me tudo branco!”
Acredito que muitos não saibam o seu significado. Refere-se ela a cautelas de lotaria. E uma cautela, ou bilhete, “em branco” é uma cautela sem prémio. Gastou-se o dinheiro e recebeu-se nada em troca.
Mas a cabeça foi um nico mais longe e veio uma outra expressão mais violenta: “Cheque em branco”. Logo de seguida de uma outra ainda pior: “Passar um cheque em branco”:
E é isso que tem vindo a acontecer nos últimos vinte e muitos anos: passar cheques em branco a negociantes da banha da cobra, que tudo prometem mas que pouco, se algo, cumprem. Ficando, muito naturalmente, com o cheque que ia em branco preenchido com os valores que eles entendem lá escrever.
E esse cheque, que foi entregue em branco e de boa fé, é-nos sacado daquela conta a que chamamos vida. Conta que não podemos fechar e cheques que não podemos cancelar.
Está mais que na altura de dizer basta aos trapaceiros que tudo atropelam por um lugar no poleiro!

E, sendo certo que não é viável recuperar o que nos tem sido roubado, garantir que não há mais cheques em branco e repor o saldo positivo na conta.

By me 

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