O texto da notícia
vem num site de uma estação de televisão e, creio, será propalada nos
noticiários da noite:
A Associação 25 de
Abril não vai participar em nenhum ato oficial programado para esta
quarta-feira, em sinal de protesto contra as medidas do Governo.
O anúncio foi
feito por Vasco Lourenço em conferência de imprensa, em que leu o manifesto
«Abril não desarma».
«A linha política
seguida pelo atual poder político deixou de refletir o regime democrático
herdeiro do 25 de abril e configurado na Constituição. O poder político que
atualmente governa configura outro ciclo político, que está contra o 25 de
abril nos seus ideais e valores», afirmou o capitão de abril.
«Neste momento
difícil para Portugal», os subscritores do manifesto deixam também um apelo «ao
povo português e a todas as suas expressões organizadas para que se mobilizem e
ajam, em unidade patriótica, para salvar Portugal, a liberdade, a democracia».
Vasco Lourenço
garante, no entanto, que a associação vai ficar por aqui nos protestos. «Longe
de nós qualquer apelo a uma intervenção militar, antes pelo contrário. Agora
também esperemos que não os utilizem [os militares] naquilo que não devem
utilizar», respondeu.
«As medidas e
sacrifícios impostos aos cidadãos portugueses ultrapassaram os limites do
suportável. Condições inaceitáveis de segurança e bem-estar social atingem a
dignidade da pessoa humana», prossegue o texto, que considera que «o rumo
político seguido protege os privilégios, agrava a pobreza e a exclusão social,
desvaloriza o trabalho».
Para os militares
de Abril, Portugal não tem uma «justiça capaz» e para os «dirigentes políticos»
a «ética é palavra vã», fazendo do país aquele que tem maiores desigualdades
sociais dentro da União Europeia.
A postura nacional
no seio da Europa e também no quadro da assistência financeira externa é outra
das críticas apontadas pela Associação 25 de Abril: «Portugal não tem sido
respeitado entre iguais, na construção institucional comum, a União Europeia.
Portugal é tratado com arrogância por poderes externos, o que os nossos
governantes aceitam sem protesto e com a autossatisfação dos subservientes. O
nosso estatuto real é hoje o de um protetorado, com dirigentes sem capacidade
autónoma de decisão nos nossos destinos».
O manifesto
esclarece que, porém, a associação «participará nas comemorações populares e
outro atos locais de celebração» da revolução de 1974, assim como «continuará a
evocar e a comemorar o 25 de Abril numa perspetiva de festa pela ação
libertadora e numa perspetiva de luta pela realização dos seus ideais, tendo em
consideração a autonomia de decisão e escolha dos cidadãos, nas suas múltiplas
expressões».
Esta é a primeira
vez que a associação não vai participar nas cerimónias.
By me
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