segunda-feira, 23 de abril de 2012

Sem título




O texto da notícia vem num site de uma estação de televisão e, creio, será propalada nos noticiários da noite:


A Associação 25 de Abril não vai participar em nenhum ato oficial programado para esta quarta-feira, em sinal de protesto contra as medidas do Governo.
O anúncio foi feito por Vasco Lourenço em conferência de imprensa, em que leu o manifesto «Abril não desarma».
«A linha política seguida pelo atual poder político deixou de refletir o regime democrático herdeiro do 25 de abril e configurado na Constituição. O poder político que atualmente governa configura outro ciclo político, que está contra o 25 de abril nos seus ideais e valores», afirmou o capitão de abril.
«Neste momento difícil para Portugal», os subscritores do manifesto deixam também um apelo «ao povo português e a todas as suas expressões organizadas para que se mobilizem e ajam, em unidade patriótica, para salvar Portugal, a liberdade, a democracia».
Vasco Lourenço garante, no entanto, que a associação vai ficar por aqui nos protestos. «Longe de nós qualquer apelo a uma intervenção militar, antes pelo contrário. Agora também esperemos que não os utilizem [os militares] naquilo que não devem utilizar», respondeu.
«As medidas e sacrifícios impostos aos cidadãos portugueses ultrapassaram os limites do suportável. Condições inaceitáveis de segurança e bem-estar social atingem a dignidade da pessoa humana», prossegue o texto, que considera que «o rumo político seguido protege os privilégios, agrava a pobreza e a exclusão social, desvaloriza o trabalho».
Para os militares de Abril, Portugal não tem uma «justiça capaz» e para os «dirigentes políticos» a «ética é palavra vã», fazendo do país aquele que tem maiores desigualdades sociais dentro da União Europeia.
A postura nacional no seio da Europa e também no quadro da assistência financeira externa é outra das críticas apontadas pela Associação 25 de Abril: «Portugal não tem sido respeitado entre iguais, na construção institucional comum, a União Europeia. Portugal é tratado com arrogância por poderes externos, o que os nossos governantes aceitam sem protesto e com a autossatisfação dos subservientes. O nosso estatuto real é hoje o de um protetorado, com dirigentes sem capacidade autónoma de decisão nos nossos destinos».
O manifesto esclarece que, porém, a associação «participará nas comemorações populares e outro atos locais de celebração» da revolução de 1974, assim como «continuará a evocar e a comemorar o 25 de Abril numa perspetiva de festa pela ação libertadora e numa perspetiva de luta pela realização dos seus ideais, tendo em consideração a autonomia de decisão e escolha dos cidadãos, nas suas múltiplas expressões».

Esta é a primeira vez que a associação não vai participar nas cerimónias.

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