sexta-feira, 13 de abril de 2012

Escolhas




O inicio da difusão televisiva teve duas vertentes bem diferentes na Europa.
Enquanto que na Grã Bretanha se investiu no conceito que hoje conhecemos (uma estação difusora e receptores em casa dos espectadores) na Alemanha fizeram um paralelismo entre televisão e cinema e os televisores estavam instalados em salas com plateia.
A evolução tecnológica e industrial, a derrota da Alemanha e a influência daí resultante da cultura anglo-saxónica fizeram vingar o que hoje conhecemos.
Apesar disso, e ainda não há muitos anos e nas terras pequenas em Portugal, o televisor era um chamariz para os cafés ou era o centro das atenções na sala grande das casas do povo, uma espécie de colectividade quase imposta pelo regime do estado novo.
Nos tempos que correm constatamos aquilo que muitos argumentam: a História funciona em círculos que se vã fechando e repetindo.
É motivo de publicidade em cafés e restaurantes a existência de televisores, em particular se ali estiver acessível algum canal de desporto, dos que são pagos e bem pagos na distribuição de sinal por cabo ou satélite. Interessante de notar é que a divulgação da existência dessa “mais valia” é bem mais notória em estabelecimentos de restauração cuja ementa é oriunda dos “orientes”: indianos, chineses, nepaleses… Falta-me saber se os destinatários de tal publicidade são os respectivos nacionais, com hábitos que não exactamente os nossos se um apelar aos portugueses, para que comemorem as vitórias dos respectivos clubes em tornos de gastronomia exótica.
Por mim funciona como repelente!
Restaurante que tenha como “trono” um televisor, impondo a sua presença, visual e sonora, aos comensais – eu incluído – é motivo para procurar outras portas, onde o prazer da mesa e da convivência não seja deturpado por algo a que chama desporto mas que não passa de uma indústria e nada ecológica. Pelo menos no que toca às mentes dos fanáticos e aos comportamentos dos adeptos.

By me 

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