Foi um processo
que iniciei há algum tempo e que ainda não ganhou foros de rotina inconsciente.
Por enquanto ainda é um acto deliberado, de que, por vezes, me esqueço. Mas
cada vez menos!
O meu prédio, ou
aquele onde resido, é grande. Não apenas na vertical como na horizontal, o que
significa que tem muitos apartamentos, com muita gente a aqui viver.
O andar onde moro
fica mais ou menos a meio, um pouco abaixo de meio talvez. O que significa que,
de cada vez que uso o elevador para ir para casa, este fica a meio do seu
curso.
Acontece que a
esmagadora maioria das pessoas o usa, em metade das vezes, a partir do piso
zero, aquele por onde entram no prédio. E são obrigadas, tal como eu mesmo, a
esperar junto aos elevadores que chegue o que está mais perto.
Pois decidi, e
quase que se tornou num hábito, que haveria de mandar de volta o elevador que
me levou até casa. Em saindo dele, primo o botão zero e ele vai.
Que ganho eu com
isto? Na prática, nada. Nem eu chego mais depressa onde quero ir, nem provoco
poupança de energia, nem há quem venha agradecer, que ninguém sabe que o faço.
Mas ganho a
subjectividade de saber que haverá alguém que ganhou uns segundos de vida para
fazer o que lhe apetece que não apenas o esperar frustrante por um elevador.
E este meu prazer
secreto, agora aqui desvendado, faz-me limpar os pés e entrar em casa com um
muito ligeiro sorriso nos lábios, mesmo que, ao mesmo tempo, vá a correr pôr o
guarda-chuva a escorrer.
By me
Sem comentários:
Enviar um comentário