É uma daquelas
questões de que raramente se fala: para que serve o sistema penal?
Para que os
condenados aprendam e saibam viver em sociedade sem cometer crimes?
Para retirar da
sociedade os condenados porque perniciosos?
Como vingança das
vítimas?
Encontro-me na
situação de vítima e o sistema judicial está em andamento, com o eventual julgamento
do “criminoso”. Passível de pena de prisão, ao que julgo saber.
Para já, não sinto
vontade de me vingar do meu agressor. Não tenho aquele desejo, tantas vezes
mostrado na TV, de que ele “vá parar com os ossos à cadeia”. Naturalmente que
me não apetece cruzar com essa pessoa. Ou mesmo partilhar o mesmo espaço. Mas
saber que ele vai passar mal (que estar preso é passar mal), apenas porque me
fez (faz) passar mal não é desejo meu.
O meu mais sincero
desejo é que essa pessoa não mais cometa um acto semelhante sobre quem quer que
seja. Que de algum modo saiba ou aprenda que o seu acto não é o certo numa sã
convivência entre cidadãos. E, se outro motivo não houver, que saiba que poderá
sempre vir a encontrar alguém que a ele faça o mesmo, coisa de que não gostará,
p’la certa.
Como poderá ele
saber ou aprender tal conceito? Não sei responder.
Ao longo da história
a humanidade tem usado a privação de liberdade como forma de reinserção social, de aprendizagem de
comportamentos não prejudiciais ao grupo em que vivemos. E sabemos, que a história
no-lo tem ensinado, que em muitos casos a pena de prisão conduz mais a
aprendizagens negativas que a positivas. Quer as penas de prisão usadas em regimes
ditatoriais quer as de países liberais ou democratas.
Sendo que não
tenho uma solução útil, só vejo como possível o deixar actuar o sistema
judicial existente. Sem raiva nem desejo de vingança: apenas que funcione.
E, nos
entretantos, que se encontre uma solução que deixe de fora o sentimento de
vingança que a tantos atormenta e que leva, por vezes, a desrespeitar o sistema
judicial.
By me
Sem comentários:
Enviar um comentário