segunda-feira, 9 de abril de 2012

O colectivo




Ponham-me o carimbo que puserem, tenham lá paciência, mas esta é a minha opinião.
O sistema ensino/aprendizagem deveria ser gratuito!
Não tendencialmente gratuito!
Não subsidiado!
Gratuito!
Pago pelo colectivo!
Em todos os graus, do pré primário ao superior!
Em todas as instituições e para todos os estudantes/aprendizes!
Em todos os aspectos: frequência, material didáctico, alojamento inclusive!

Eu explico o porquê:
Um cidadão válido na sociedade é aquele que, tendo um elevado grau de autonomia e estabilidade material, emocional e intelectual tem, para além disso, uma contribuição útil no e para o grupo em que se insere.
Esta contribuição pode ser através de uma actividade física, intelectual ou mista. E será tanto mais útil quanto melhor preparado estiver e, consequentemente, melhor o desempenhar.

O fazer um curso, seja de que grau for, não apenas lhe permitirá ter uma vida mais confortável e tranquila como, com o resultado do seu trabalho, contribuir para que a sociedade evolua no mesmo sentido.
Logo, ter um curso (tecnológico, profissional, superior) é uma mais valia para a sociedade onde se insere, e não apenas para ele.
O paradigma desta afirmação é a actual carência de médicos pediatras, obstetras e geriatras que grassa em Portugal. Tal como de calceteiros, canalizadores e mecânicos.
Ao limitar-se o acesso a esses mesmos cursos e preparações através das condições materiais do estudante ou da sua família, está-se a cercear o desenvolvimento social.
E isto constata-se através da quantidade crescente de alunos que, todos os anos, deixam o ensino superior e politécnico por falta de meios económicos. Veja-se um relatório recente da Universidade do Minho. E as estatísticas sobre a redução do número de estudantes nos cursos profissionais.

Os cursos que permitem o exercício de um oficio ou profissão reflectem-se mais na sociedade que no individuo. É uma questão de qualidade de vida. É um investimento da sociedade nela mesma.
Ao exigirem-se pagamentos para frequentar esses mesmos cursos, está-se a fomentar e existência de elites, não pelos seus potenciais intelectuais ou de desempenho e habilidade, mas antes pelos seus antecedentes familiares e condições sócio-económicas.
E, naturalmente, a reduzir a qualidade de vida de todos.

Na sociedade actual, pautada basicamente pela competitividade desenfreada e pelo sucesso económico, limitar o acesso à preparação técnica e cientifica do jovem é um suicídio colectivo, lento, metódico e consciente.

By me

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