quarta-feira, 4 de abril de 2012

Mensagem pascal




Aquele chefe, o mais baixo na complexa organização hierárquica, enviou uma mensagem electrónica aos seus subordinados. Nela, deseja pascoa feliz aos destinatários e respectivas famílias. É simpático.
É simpático e é um erro. Que, com esta mensagem, equivalente à que foi enviada à que foi enviada em Dezembro, ignora por completo as crenças de quem as recebe. Porque há os crentes no cristianismo, há os crentes noutras confissões religiosas, há os que não são crentes e há os que nem sequer sabem o que é ser crente.
Enviar mensagens de cariz religioso com textos pró-forma a quem não se conhece o que pensa ou sente é tão amorfo ou neutro quanto o extracto bancário. Aliás, mais ainda, que o extracto bancário fala da conta específica do cliente, enquanto que esta mensagem de “boas festas” nem considera o destinatário.
Quem envia esta mensagem, o tal chefe mais baixo na cadeia hierárquica, é exactamente o mesmo chefe que ignora gloriosamente o estado de saúde dos seus subordinados quando eles faltam por motivos de doença.
Nem os contacta durante a ausência nem os questiona no regresso. Nada. Como se faltas por doença fossem tão normais quanto férias ou folgas.

As crenças religiosas de cada um não me atrapalham. Até porque a maioria das religiões têm por base bons ensinamentos.
O que me atrapalha mesmo são as falsas práticas religiosas de alguns fieis!
Aliás, a hipocrisia atrapalha-me quer se trate de religião, política ou jogos de berlinde. Incomoda-me sempre!

Texto e imagem: by me

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