quarta-feira, 16 de novembro de 2011

23:55




Confesso que não gosto de futebol.
Não acho piada nenhuma ver aqueles tipos a correr em cima da relva a tentar enfiar a bola na baliza adversária. Não me diz nada, não vibro nem um nico com a coisa e, menos ainda, me agrada ver ou saber as trafulhices que aconteçam dentro e fora do campo.
Mas, enfim, se há quem se identifique com o esforço dos outros, se há quem ache que a sua equipa ganhar é a felicidade garantida para o resto da semana… enfim, cada um sabe de si.
Agora o que me faz sair do sério é que esta metade do “panis et circenses” perturbar seriamente a vida de quem nada tem a ver com o futebol. Nomeadamente eu.
Porque diabo tenho eu que ficar preso em filas intermináveis de trânsito quando acabam os jogos? Ou porque é que tenho que ouvir os gritos de jubilo ou de frustração perante uma determinada joga conseguida ou falhada? Porque é que, em virtude de acontecimentos que em nada melhoram a vida do país ou dos cidadãos, terão que alguns sofrer profundas alterações na sua vida? Apenas porque, à conta da alienação que o futebol provoca, coisa bem mais sérias e importantes passam despercebidas, para gáudio de uns quantos governantes e poderosos?

Hoje foi uma dessas ocasiões em que, devido a um jogo dito “de Portugal”, fui obrigado a fazer um bem grande desvio no meu trajecto de regresso a casa para não ter que ficar preso no trânsito ou aturar as manifestações de alegria ou tristeza dos adeptos fanáticos. (Sim, a esta hora ainda não sei o resultado. E não gastarei um grama de esforço em o saber!)
Pois fui obrigado a dirigir-me, já tarde na noite e depois de um dia de trabalho, ao centro da cidade para conseguir o almejado regresso tranquilo. E, mesmo longe do estádio, numa zona onde nada de mais se passava, constato que a polícia foi posta de prevenção, com equipas de intervenção rápida colocadas estrategicamente, só para o caso de haver excessos de comemorações.
Em época de crise e de contenções forçadas, fazem os polícias turnos extra e remunerações correspondentes, pagas dos meus impostos, para conter as “alegrias” que um jogo de futebol pode proporcionar!
Ora batatas para o futebol!

By me

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