sábado, 26 de novembro de 2011

22.00




Por muito alegre e cosmopolita que um centro histórico de um bairro suburbano possa ser, de noite é sempre triste.
Abandonado à sua sorte, apenas atravessado por patrulhas policiais, alguns táxis esperam os retardatários que sairão do comboio na pressa de regressar a casa e deixar fora de portas o negrume nocturno, mesmo que tépido.
E por muito que se esforcem comerciantes e município em dar um toque festivo, não será o apelo implícito ao consumo que fará aumentar os rendimentos nem dispor de mais dinheiro para gastar em prendas fúteis.
Esta árvore de natal solitária no largo da estação de Mem Martins, mais que alegrar corações, recorda os tempos que atravessamos.
Como disse alguém que estimo, talvez tenhamos que deixar este barco afundar-se de vez, que já tem demasiadas camadas de verniz e estalado, para que possamos construir um novo.

By me

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