Esta é a estação
de Algueirão-Mem Martins, na linha de Sintra, Lisboa.
E este é o cais de
quem desembarca vindo de Lisboa ou quer embarcar para Sintra. A porta que aqui
se vê é a de acesso ao edifício das bilheteiras, com atendimento por funcionário.
É nesta porta que
está instalado o chamado “canal especial”. É por esta canal que podem passar
pessoas com necessidades especiais de locomoção, como os que usam cadeiras de
rodas, acompanhantes de crianças de tenra idade, portadores de volumes de
grande dimensão ou outros.
Pois acontece que
quando este canal aqui foi instalado a prática desta estação fazia com que ao
encerrar a bilheteira manual também o edifício era encerrado, sendo descida em
ambas as suas portas uma pesada grade. Impossibilitando o uso do canal
especial. Quem quer que o tivesse que usar ficava impedido de sair da estação
ou de nela entrar. O que é uma franca violação dos direitos dos cidadãos em
geral e dos possuidores de dificuldade de locomoção em particular.
Não gostei! Não
gostei nem um pouco! Não uso cadeira de rodas nem sou acompanhante de crianças
de tenra idade, mas não gostei mesmo nada!
Por várias vezes
questionei os funcionários desta estação como faria alguém com necessidades
especiais se aqui chegasse depois da 21.30 e foi-me dito que essas eram as
instruções que tinham e que qualquer reclamação deveria ser encaminhada para a
CP através de reclamação escrita ou junto do gabinete de atendimento do utente.
Foi o que fiz, um fim de tarde há uns dias.
Quem me atendeu não
me acreditou e consultou, via telefone, a referida estação. Após o que me
estendeu um impresso para que reclamasse por escrito. Continuei a não gostar e
insisti: que faria eu se nessa mesma noite fosse acompanhante de alguém que
apenas pudesse sair por este canal e estivesse trancado? Como poderia sair,
nessa mesma noite, da estação depois de desembarcar?
Novo telefonema e
novo empurrar na minha direcção tal impresso. Desta feita acompanhado por um
folheto onde eu seria informado das diligências a fazer caso fosse portador de
deficiência e requeresse acompanhamento especial.
Gostei menos ainda
e disse-lhe que iria reclamar, sim, mas de outra forma, divulgando a situação em
tudo quanto é sítio, incluindo onde trabalho. Não apenas para que se resolvesse
a questão mas também para que se soubesse como a CP trata os seus utentes com
necessidades especiais.
No dia seguinte,
pelas dez e muito da noite, desembarco nesta estação e sou surpreendido com a
grade levantada. Nas duas portas de acesso ao edifício. Situação que se tem mantido
de então para cá.
Quem me atendeu deve
ter feito passar o recado, a ameaça incluída, e alguém decidiu resolver a questão.
Pena é ter sido
necessário reclamar com veemência e ameaçar com a comunicação social para
corrigir algo que nunca deveria ter acontecido.
Texto e imagem: by
me
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