Tive o raro privilégio
de conhecer e ser tratado por “tu” por um dos protagonistas do dia 25 de Abril
de 1974.
Ficou no
anonimato, ainda que todo o país, de então e de agora, tenha para com ele uma dívida
que nem se desconfia. Mas essa história, porque não é minha, não a conto aqui.
Que a modéstia do protagonista tem que ser respeitada.
Em qualquer dos
casos, uma ocasião comentava eu com ele que estava satisfeito por ter sido
abolido o Serviço Militar Obrigatório, permitindo com isto que menos gente
soubesse do ofício de matar o seu semelhante.
A sua resposta
deixou-me a pensar, então e agora, talvez mais ainda agora por estes dias.
“Permitir que as
Forças Armadas sejam compostas apenas de profissionais é ajudar a criar uma
elite armada e quebrar a ligação íntima entre ela e os demais cidadãos. Que os
milicianos levam para o mundo castrense a sensibilidade dos civis e trazem para
o mundo comum o sentir dos militares. O Serviço Militar Obrigatório não deve ser
extinto, sob pena de os dois mundos não se conhecerem nem actuarem em conjunto.”
Passados que são
estes anos, não posso afiançar que as palavras tenham sido exactamente estas,
mas era este o sentido.
Hoje, mais que nunca,
tenho que concordar com esta tese, por muito que entre em conflito com o que
penso da actividade militar.
Texto: by me
Imagem: algures na
web
Sem comentários:
Enviar um comentário