Tinha acabado de
comprar cigarros no quiosque da estação. E faltavam bem quinze minutos para o
comboio seguinte. Deixei-me ficar por ali, que nunca se sabe o que aparece. E
apareceu!
Aqueles dois polícias,
um ele e uma ela, faziam parte com certeza do novo contingente que vamos vendo pela
cidade. As divisas, o ar jovem, o uniforme e acessórios acabadinhos de estrear…
Aproximou-se deles
um homem. Pela mão, uma criança, quatro a cinco anos. Trocaram três ou quatro
palavras e partiram juntos.
Estranhei! Nem um
cumprimento, nem uma conversa longa de quem se queixa… Tinham ali encontro
marcado para seguirem, a pé, para outras paragens.
E eu, que sou
cusco e voyeur porque fotógrafo, fiquei a ver.
Atravessaram a rua
e aproximaram-se de um prédio, em cuja porta o homem tocou uma campainha. À
distância pareceu-se ser apenas uma vez, mas a porta não se abriu nem os quatro
trocaram palavra, que os agentes da PSP mantiveram-se a alguns metros.
Minutos depois,
poucos, a porta do prédio abre-se e delas saem duas mulheres. Uma delas toma a
criança pela mão e regressam os três ao interior do prédio.
A porta fechou-se,
o homem e os polícias acenaram cabeças, o primeiro segue para um lado, os
outros atravessam a rua em minha direcção.
Momentos depois
fiquei a saber que uso tinha dado um dos agentes ao rádio, enquanto estavam à
porta do prédio: chegou um carro patrulha a recolhê-los. Antes de entrarem, o
agente apeado fez um “ok”, hoje apelidado de “like” para o interior. E
partiram.
Por muito simpática
que seja a fachada de um prédio suburbano, mesmo com palmeiritas a crescer-lhe em
frente e cartazes de “vende-se” em duas janelas, haverá sempre dramas
escondidos atrás das portas. Alguns a necessitarem de agentes policiais para
testemunharem os factos.
Texto e imagem: by
me
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