É daqueles
comportamentos que, tendo graça, não encontro explicação.
Estando à espera
de comboio, toda a gente olha para onde calha ou para onde os seus interesses
lhe levam o olhar: uns para coisa
nenhuma, outros para um jornal gratuito, outras para um espelho de maquilhagem,
outros para olha para o espelho…
Em sendo anunciada
a próxima chegada da composição, quase todos se aproximam da beira do cais,
guardando as seguras distâncias. E todos ficam a olhar para o comboio que
chega.
Ora o comboio que
chega é igual a todos os que já chegaram e é igual a todos os que hão-de chegar.
Param todos no mesmo sítio, mais ou menos meio metro. A quantidade de lugares
vazios é sempre a mesma, mais ou menos um ou dois, àquela hora.
Pergunto-me,
assim, por todo nós olhamos para aquilo que estamos fartos de conhecer,
tentando antever aquilo que se sabe como quase imutável?
By me
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