sexta-feira, 4 de novembro de 2011

7:20




É daqueles comportamentos que, tendo graça, não encontro explicação.
Estando à espera de comboio, toda a gente olha para onde calha ou para onde os seus interesses lhe levam  o olhar: uns para coisa nenhuma, outros para um jornal gratuito, outras para um espelho de maquilhagem, outros para olha para o espelho…
Em sendo anunciada a próxima chegada da composição, quase todos se aproximam da beira do cais, guardando as seguras distâncias. E todos ficam a olhar para o comboio que chega.
Ora o comboio que chega é igual a todos os que já chegaram e é igual a todos os que hão-de chegar. Param todos no mesmo sítio, mais ou menos meio metro. A quantidade de lugares vazios é sempre a mesma, mais ou menos um ou dois, àquela hora.
Pergunto-me, assim, por todo nós olhamos para aquilo que estamos fartos de conhecer, tentando antever aquilo que se sabe como quase imutável?

By me

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