Só fotografo em
duas ocasiões: quando estou bem-disposto e quando não estou bem-disposto.
Esta fotografia
foi feita na primeira das duas circunstâncias.
Para além de tudo
o mais que me aconteceu ao longo do dia, motivos mais que bastantes para ficar
bem-disposto, o início da noite foi brilhante. Bem mais que a imagem!
Nas Escadinhas do
Duque, entre o Rossio e o Bairro Alto, e enquanto aguardo por vontade de
regressar a casa, vejo um alfarrabista.
“Mal não tem que
pergunte”, digo para os meus botões. E entro para saber se teriam um dado
livro. Não tinham. Pergunto também pela secção de fotografia, a que dei uma
olhada. Interessantes, alguns dos lá estavam, mas nada que me fizesse gastar
dinheiro.
Em último recurso,
pergunto pela edição da colecção “Argonauta” da obra “Um estranho numa terra
estranha”, escrita por Robert A. Heinlein. E não é que tinham mesmo?!
Em óptimo estado,
ainda que usados, todos os três volumes vieram direitinhos para o meu bolso,
coisa que desejava fazer há bem mais de vinte anos.
Esta obra tem
estado no mercado, editada por outra editora, mas também traduzida por outro
tradutor. Este que agora veio comigo foi traduzido pelo saudoso Eurico da
Fonseca, que conseguiu dar o “toque poético” ao romance que ele merece.
Paguei o que me
pediram, não muito, e saí, assobiando uma ária de “Carmen”, que reservo para
momentos festivos e afins. E, à porta, dou com isto. Não resisti e fotografei,
bem encostadinho à ombreira da porta que a luz não abundava.
Nada que se
compare com a beleza e elevação de “Um estranho numa terra estranha”, mas foi o
melhor que encontrei para celebrar.
Não sei se terão
oportunidade de descer do Bairro para o Rossio, passando por onde ficava o
mítico “Freire”, de boa memória, ou a loja do Vasco Granja, também de boa
memória, e ver esta luz.
Mas se virem “Um
estranho numa terra estranha” à venda (seja qual for a edição), não o percam,
se querem saber o que é um bom livro!
Texto e imagem: by
me
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