Sobre os feriados,
e o trabalhar-se ou não nesses dias, uma coisa houve que nunca ouvi:
“Amanhã é feriado
e vou festejar.”
Tal como não oiço:
“Hoje vou festejar,
seja ou não feriado!”
Aquilo que é
normal dizer-se sobre um feriado é relativo a trabalhar-se ou não, sobre se se
paga ou se se recebe mais ou menos, se se aproveita esse dia para fazer algo
menos normal (ir para fora, trabalhos domésticos, desporto).
Agora sobre o
facto de o feriado ser um dia para ser festejado, relembrando uma data ou facto
relevante (político ou religioso), isso nunca se comenta.
E eu, que sou um
cidadão não filiado em nenhum partido político e que sou agnóstico (com tendências
animistas) pergunto-me porque terei que cumprir os feriados dos outros e não
poder celebrar em festa as datas que entendo por realmente importantes, quer da
história, quer da filosofia ou teologia.
Quero os
solstícios e os equinócios por feriado, que são datas comuns a todo o planeta e
que nos mostram o quão pequenos somos perante a natureza. E, nesses dias, quero
poder celebrar usufruindo da luz solar do nascer ao pôr-do-sol, em particular
esses momentos.
Quanto à história,
quero poder celebrar a invenção do fogo, da roda e da escrita. Três momentos
fulcrais na civilização, completamente à margem de conflitos e mortandades.
Quanto ao resto,
mais século, menos milénio, acabam por perder importância, que mais não são que
meros momentos na curta vida de um ser humano e respectiva espécie. Ficam os
resquícios consumistas e os códigos laborais a imperar.
Texto e imagem: by
me
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