quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Os meus feriados




Sobre os feriados, e o trabalhar-se ou não nesses dias, uma coisa houve que nunca ouvi:
“Amanhã é feriado e vou festejar.”
Tal como não oiço:
“Hoje vou festejar, seja ou não feriado!”
Aquilo que é normal dizer-se sobre um feriado é relativo a trabalhar-se ou não, sobre se se paga ou se se recebe mais ou menos, se se aproveita esse dia para fazer algo menos normal (ir para fora, trabalhos domésticos, desporto).
Agora sobre o facto de o feriado ser um dia para ser festejado, relembrando uma data ou facto relevante (político ou religioso), isso nunca se comenta.
E eu, que sou um cidadão não filiado em nenhum partido político e que sou agnóstico (com tendências animistas) pergunto-me porque terei que cumprir os feriados dos outros e não poder celebrar em festa as datas que entendo por realmente importantes, quer da história, quer da filosofia ou teologia.

Quero os solstícios e os equinócios por feriado, que são datas comuns a todo o planeta e que nos mostram o quão pequenos somos perante a natureza. E, nesses dias, quero poder celebrar usufruindo da luz solar do nascer ao pôr-do-sol, em particular esses momentos.
Quanto à história, quero poder celebrar a invenção do fogo, da roda e da escrita. Três momentos fulcrais na civilização, completamente à margem de conflitos e mortandades.
Quanto ao resto, mais século, menos milénio, acabam por perder importância, que mais não são que meros momentos na curta vida de um ser humano e respectiva espécie. Ficam os resquícios consumistas e os códigos laborais a imperar.

Texto e imagem: by me

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