quarta-feira, 23 de novembro de 2011

A aldeia




São muitos!
São muitos os que residem neste prédio e mais não são porque há apartamentos desabitados.
Aliás, neste prédio reside mais gente que em certas povoações.
De uma forma ou de outra, quase que se pode afirmar que este prédio é uma aldeia, bem no meio de um bairro da periferia de uma grande cidade.
Param aqui, naturalmente, as comparações.
Nem os residentes têm a vida de um aldeão, nem habitam lado a lado, com quintais contíguos e cães que ladram em passando alguém, nem têm um relacionamento como o que existe numa aldeia.

Por motivos que agora não interessam, tive que procurar um vizinho, residente no meu prédio.
Não sabia o seu nome nem com exactidão onde morava, pelo que recorri aos demais vizinhos, que fui encontrando na entrada do edifício.
Tal como eu, também eles não me souberam dizer onde morava ele nem o seu nome. Apenas um me adiantou que a pessoa em questão teria estado internada no hospital devido a uma qualquer complicação mais ou menos natural face à sua idade.
Ainda hoje estou por saber onde mora o meu vizinho e o seu nome.

Nestas aldeias verticais, em que estamos fisicamente bem perto uns dos outros, acabamos por estar demasiadamente longe uns dos outros.
E há quem fale da aldeia global! Onde?

Texto e imagem: by me

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