Encontrei uma
mocinha amiga. Melhor dizendo, foi ela que me encontrou, que eu estava metido
com as minhas cogitações quando fui por ela abordado.
É ela filha de uma
senhora que conheço e estimo e ainda recordo uma das primeiras vezes em que me
viu e que, a medo, foi perguntar à mãe se eu seria o Pai Natal. Coisas!
Pois esta
amiguinha estava em Lisboa, segundo me contou, porque tinha vindo com uns e
umas colegas estudar para um trabalho. Sismos, disse-me ela.
Não quis
perguntar, ainda que de tal me lembrasse, que raio de ligação haveria sobre o
tema e o local onde nos encontráramos. Mas, em contrapartida, lá lhe atirei
algumas coisas para abordar nesse seu trabalho:
O que resta de edifícios
sobreviventes ao sismo de 1755, incluindo o aqueduto das àguas-livres, o
traçado da baixa pombalina, o anel de fogo do pacífico, com os seus sismos e
vulcões, bem como a arquitectura actual e convencional anti-sísmica, o site do
instituto de meteorologia, com estatísticas e recomendações úteis e, por fim,
sobre a minha mochila de emergência.
Está ela junto à
porta de casa e contem conservas, pilhas, um rádio, água, café e chá, um púcaro, bolachas torrada, um fogão a gás portátil, marmelada em cubos, velas, fósforos e isqueiro,
tabaco, arroz, ligaduras, lenços de papel e medicamentos básicos domésticos,
caderno e caneta, um cartão de memória para a minha câmara, meias e t-shirts e
o que mais lá me lembrei de pôr, junto com uma pequena machada e um serrote,
igualmente pequeno.
Serve esta mochila
junto com o casacão pendurado por perto, em caso de cataclismo e se os puder
trazer comigo, para ser auto-suficiente durante uns cinco a seis dias (menos de
água, mas ainda não encontrei o desinfectante). Se tudo ruir e eu mesmo não
estiver ferido, serei menos um a recorrer em desespero aos serviços de socorro.
Pelo menos nos primeiros dias. E ainda poder dar uma mãozinha em redor.
Claro que nunca se
comparará a um suculento bife como este, mas não passarei fome pela certa.
Espero bem que,
com toda esta conversa, a mocinha minha amiga tenha aprendido algo.
By me
Sem comentários:
Enviar um comentário