sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Bifes e terramotos




Encontrei uma mocinha amiga. Melhor dizendo, foi ela que me encontrou, que eu estava metido com as minhas cogitações quando fui por ela abordado.
É ela filha de uma senhora que conheço e estimo e ainda recordo uma das primeiras vezes em que me viu e que, a medo, foi perguntar à mãe se eu seria o Pai Natal. Coisas!
Pois esta amiguinha estava em Lisboa, segundo me contou, porque tinha vindo com uns e umas colegas estudar para um trabalho. Sismos, disse-me ela.
Não quis perguntar, ainda que de tal me lembrasse, que raio de ligação haveria sobre o tema e o local onde nos encontráramos. Mas, em contrapartida, lá lhe atirei algumas coisas para abordar nesse seu trabalho:
O que resta de edifícios sobreviventes ao sismo de 1755, incluindo o aqueduto das àguas-livres, o traçado da baixa pombalina, o anel de fogo do pacífico, com os seus sismos e vulcões, bem como a arquitectura actual e convencional anti-sísmica, o site do instituto de meteorologia, com estatísticas e recomendações úteis e, por fim, sobre a minha mochila de emergência.
Está ela junto à porta de casa e contem conservas, pilhas, um rádio, água, café e chá, um púcaro, bolachas torrada, um fogão a gás portátil, marmelada em cubos, velas, fósforos e isqueiro, tabaco, arroz, ligaduras, lenços de papel e medicamentos básicos domésticos, caderno e caneta, um cartão de memória para a minha câmara, meias e t-shirts e o que mais lá me lembrei de pôr, junto com uma pequena machada e um serrote, igualmente pequeno.
Serve esta mochila junto com o casacão pendurado por perto, em caso de cataclismo e se os puder trazer comigo, para ser auto-suficiente durante uns cinco a seis dias (menos de água, mas ainda não encontrei o desinfectante). Se tudo ruir e eu mesmo não estiver ferido, serei menos um a recorrer em desespero aos serviços de socorro. Pelo menos nos primeiros dias. E ainda poder dar uma mãozinha em redor.
Claro que nunca se comparará a um suculento bife como este, mas não passarei fome pela certa.
Espero bem que, com toda esta conversa, a mocinha minha amiga tenha aprendido algo.

By me

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