Este
é o cruzamento da Av. Da República com a Av. Duque de Ávila, em Lisboa.
Esteve
muito tempo em obras, com o prolongamento da linha do Metro e, em estado
terminado, até está bonito.
Semáforos
novos, de leds, altos e bem visíveis, incluindo para bicicletas. E isto porque
ao longo da renovada Av. Duque de Ávila foi criada uma ciclovia. Não sou
ciclista, mas ó posso aplaudir!
O
que não posso aplaudir, bem pelo contrário, é o ser impossível que um peão,
caminhando normalmente, consiga fazer a travessia deste cruzamento de uma só
vez, respeitando os semáforos. O tempo que estão “verdes” para os peões é de
tal modo curto que apenas quem corra o consegue fazer. Caso contrário, fica
retido e entalado numa das placas centrais, com o trânsito a passar-lhe à
frente e atrás.
No
quarteirão seguinte, para a direita, fica a Prç. Duque de Saldanha. Também aqui
é impossível a quem caminhe atravessá-la de uma só vez. Com o acréscimo,
absurdo, de o ter que fazer em “U”, já que os semáforos obrigam a ir às placas
centrais e pilaretes impedem o atravessamento a direito nas avenidas que nela
desembocam.
O
limite do caricato é estar nesta praça um cartaz de um candidato à presidência da
câmara municipal. Não seria estranho não fora que nele se promete fazer um túnel,
mais um, para que trânsito atravesse a praça enterrado.
Já
não quero falar dos custos nem das polémicas que tal obra poderá vir a criar.
Se se concretizar. A história recente da cidade tem vários exemplos disso.
O
que me deixa furioso é os políticos e decisores considerarem prioritário a
solução do trânsito rodoviário, ficando de fora a questão dos peões e de que
forma habitam a cidade. Como se os peões não fossem os munícipes, que habitam,
consomem e pagam impostos.
Não
resido nesta cidade, ainda que a utilize para trabalhar. Mas se aqui estivesse
inscrito como eleitor, preferiria um candidato que priorizasse o cidadão e a
sua mobilidade enquanto peão. E que encontrasse soluções práticas, quiçá
conjugadas com autarquias circundantes, para realmente reduzir o trânsito automóvel,
dando relevância ao transporte colectivo em desfavor do transporte individual.
O
candidato em questão é um daqueles saltapocinhas que, tendo esgotado os três
mandatos noutra autarquia, vem agora e aqui tentar a sua sorte. Com o beneplácito
de uma lei que, talvez propositadamente, foi mal concebida.
Fosse
eu eleitor em Lisboa e não teria ele sorte nenhuma comigo, bem pelo contrário!
By me
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