Ao chegar à estação
anunciava-se um comboio. Abrandei e acendi um cigarro. Este não era o meu, que
só passaria oito minutos depois, e escusava de atrapalhar aqueles que,
correndo, tentavam embarcar neste.
De entre os que
corriam, uma senhora empurrava um carrinho de bebé. Grande, o raio do carrinho,
que deveria levar para além da criança, fraldas, leite e o que demais lhe faria
falta, uns extras para a mãe. Que se dirigiu para o canal especial, com duas
portas, que permite passar este tipo de volumes.
Aproveitando a
ocasião, dois putos (boné, capuz subido, mochila nas costas e calças descaídas)
chegaram-se e perguntaram se poderiam passar com ela.
Achei graça. Cada
vez mais há gente que passa à revelia do controlo de bilhetes, mas cada vez
mais há gente que pergunta ou pede, no lugar de empurrar quem vai à frente. Uma
mão lava a outra, diz o povo.
Nas minhas calmas,
até porque já ninguém corria, passei eu as cancelas. E, naturalmente, olhei
para as escadas de acesso ao cais de embarque e que lhe são fronteiras.
Para meu grande
espanto, o tal enorme carrinho de bebé estava a ser transportado pelos dois
rapazolas (14, 15 anos) enquanto a mãe subia as escadas atrás deles.
Embarcaram ainda
antes de eu mesmo as subir.
Nem tudo o que
parece é e nem tudo o que é o parece!
By me
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