segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Ilusões



Ao chegar à estação anunciava-se um comboio. Abrandei e acendi um cigarro. Este não era o meu, que só passaria oito minutos depois, e escusava de atrapalhar aqueles que, correndo, tentavam embarcar neste.
De entre os que corriam, uma senhora empurrava um carrinho de bebé. Grande, o raio do carrinho, que deveria levar para além da criança, fraldas, leite e o que demais lhe faria falta, uns extras para a mãe. Que se dirigiu para o canal especial, com duas portas, que permite passar este tipo de volumes.
Aproveitando a ocasião, dois putos (boné, capuz subido, mochila nas costas e calças descaídas) chegaram-se e perguntaram se poderiam passar com ela.
Achei graça. Cada vez mais há gente que passa à revelia do controlo de bilhetes, mas cada vez mais há gente que pergunta ou pede, no lugar de empurrar quem vai à frente. Uma mão lava a outra, diz o povo.
Nas minhas calmas, até porque já ninguém corria, passei eu as cancelas. E, naturalmente, olhei para as escadas de acesso ao cais de embarque e que lhe são fronteiras.
Para meu grande espanto, o tal enorme carrinho de bebé estava a ser transportado pelos dois rapazolas (14, 15 anos) enquanto a mãe subia as escadas atrás deles.
Embarcaram ainda antes de eu mesmo as subir.


Nem tudo o que parece é e nem tudo o que é o parece!

By me

Sem comentários: