Certo!
Nem sempre é fácil convencer a que deixem fotografar os olhos.
Bem
sei que é uma intrusão, um desconhecido fazer este pedido, tanto mais que, para
o fazer, há que estar bem perto.
E,
depois, há aquela falsa modéstia, aquele fazer de conta que não se tem em boa
conta, mesmo quando se lhe diz que os olhos são bonitos.
É
quase como que um jogo de sedução, o conseguir fazer estas fotografias.
Claro
que a abordagem varia consoante a idade, o conhecimento, o local, se está só ou
com companhia, o motivo do ter existido a conversa inicial…
São
muitos factores, e eu vou dançando de acordo com a música.
Mas
o mais difícil é, depois de feita e mostrada no ecrã da câmara, fazendo com os
dedos o corte final aproximado, conseguir o seu nome.
Só
quero o primeiro, até porque não estou a fazer fichas policiais. E porque, mania
dos humanos, tudo tem um nome mesmo, e principalmente, as pessoas. E tanto
assim é, e manda a boa educação e a prática corrente, que aquando de uma
apresentação entre duas pessoas, se decline o nome ou que quem os apresenta o
faça. Tradições.
Por
mim, e neste projecto, costumo usar uma laracha: afirmo que a minha câmara é
muito mal-educada e que atribui números às pessoas. Coisa que, naturalmente, não
são.
E
acrescento que tomarei nota do que me disser, que não faço questão de fazer
nenhuma confirmação formal.
Já
houve quem mentisse, já houve quem declinasse o nome por inteiro, já houve quem
nem hesitasse e o desse e já houve quem inventasse qualquer coisa para evitar
identificar-se. Foi o caso.
Depois
da ladainha do costume, atirou-me: “O olhar da Liberdade”. Foi o que anotei e é
o que aqui fica.
By me
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