domingo, 15 de setembro de 2013

Um olhar - Liberdade



Certo! Nem sempre é fácil convencer a que deixem fotografar os olhos.
Bem sei que é uma intrusão, um desconhecido fazer este pedido, tanto mais que, para o fazer, há que estar bem perto.
E, depois, há aquela falsa modéstia, aquele fazer de conta que não se tem em boa conta, mesmo quando se lhe diz que os olhos são bonitos.
É quase como que um jogo de sedução, o conseguir fazer estas fotografias.
Claro que a abordagem varia consoante a idade, o conhecimento, o local, se está só ou com companhia, o motivo do ter existido a conversa inicial…
São muitos factores, e eu vou dançando de acordo com a música.
Mas o mais difícil é, depois de feita e mostrada no ecrã da câmara, fazendo com os dedos o corte final aproximado, conseguir o seu nome.
Só quero o primeiro, até porque não estou a fazer fichas policiais. E porque, mania dos humanos, tudo tem um nome mesmo, e principalmente, as pessoas. E tanto assim é, e manda a boa educação e a prática corrente, que aquando de uma apresentação entre duas pessoas, se decline o nome ou que quem os apresenta o faça. Tradições.
Por mim, e neste projecto, costumo usar uma laracha: afirmo que a minha câmara é muito mal-educada e que atribui números às pessoas. Coisa que, naturalmente, não são.
E acrescento que tomarei nota do que me disser, que não faço questão de fazer nenhuma confirmação formal.
Já houve quem mentisse, já houve quem declinasse o nome por inteiro, já houve quem nem hesitasse e o desse e já houve quem inventasse qualquer coisa para evitar identificar-se. Foi o caso.

Depois da ladainha do costume, atirou-me: “O olhar da Liberdade”. Foi o que anotei e é o que aqui fica.

By me 

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