O
truque é velho. E nada tem de escondido, que qualquer um, nos tempos que correm,
o conhece e usa: só ir fazer compras de supermercado com a barriga cheia. Com
isto, evitam-se aquelas compras inúteis, apenas motivadas por se ter fome.
Havendo dinheiro para o pagar, claro.
Umas
vezes uso esta técnica comendo em casa. Outras, comendo num fast food de hambúrgueres
que existe por perto. Sempre poupo no trabalho de confeccionar e de lavar. E
quando o faço, procuro que seja no fim da hora de almoço: não há filas p’ro
almoço, não há filas p’ras caixas do super.
Foi
a minha opção hoje. Quando entrei estavam muitas mesas ocupadas, mas sem filas
p’ra pedir e trazer o tabuleiro.
Já
sentado, e às voltas com aquilo que sei não ser saudável, vejo dois jovens, um
ele e uma ela, ali parados, nem na fila p’ra pedir nem a caminho das mesas. Até
porque de mãos vazias. Estiveram assim uns minutos até que se aproximou a chefe
da loja.
Apresentou-os
um ao outro e convidou-os a entrarem p’ra zona da cozinha. Mas, no cruzar o
balcão das caixas, entregou a cada um uma touca de rede, que haveriam de
colocar na cabeça. Não sei se ouvi se apenas percebi o movimento dos lábios,
mas disse-lhes que era obrigatório.
Até
aqui nada demais. Não fora…
Não
fora ter ele a cabeça mais lisa que este ovo de madeira.
Tão
rapada, mas tão rapada mesmo que até brilhava. A touca naquela cabeça foi
motivo p’ra amaldiçoar o almoço, que me engasguei de tanto rir, a ponto de os
restantes clientes ficarem a olhar p’ra mim.
Metediço
que sou meti conversa com uma empregada que passava e perguntei-lhe se aqueles
jovens estavam de visita ou eram candidatos a posto de trabalho. “Candidatos”,
disse-me. “E ela é minha amiga, ele não conheço.”
Justifica-se,
assim, o perfeito escanhoar do crânio.
Já
a touca, mesmo que obrigatória…
E
se os homens têm barba, porque não uma touca de queixo, mesmo que rapado?
By me
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