Leio
num jornal que foram detidos quatro burlões em Lisboa. Dedicavam-se a convencer
as vítimas que, com recurso a papeis e tintas especiais, multiplicariam as
notas que lhes fossem entregues.
Claro
que as vítimas recebiam papel “da treta”, no lugar de notas.
Presumo
que alguma vítima terá apresentado queixa, já que o negócio de falsificação de
dinheiro não funcionou. Suponho, também, que aqueles que se sentiram burlados
no processo de falsificação de dinheiro, ficaram em liberdade.
A
partir daqui podem-se elaborar dois tipos de raciocínio.
À
uma, que nenhum burlão consegue fazer o seu trabalho se não houver cobiça por
parte da vítima. Um bom burlão tira partido disso e acaba por convencer a sua
vítima a ser ela a pedir-lhe para fazer o esquema. Regra geral, um esquema em
que se aparenta ser a vítima a enganar o burlão.
Donde
se pergunta que honestidade terão as vítimas que querem fazer dinheiro falso?
Depois,
que esta história me recorda, com grande intensidade, o que se passa neste
país: temos uma classe “profissional” que apregoa aos quatro ventos “confiem em
nós, dêem-nos o poder, e melhoraremos a vossa vida e a dos vossos filhos”. Isto
a troco de uns meros rabiscos em forma de cruz numa folha de papel, de quatro
em quatro anos.
Claro
está que, em obtendo a quantidade de rabiscos necessários, tratam os burlões de
cuidar da sua própria vida, de a melhorar e a dos seus filhos, ficando as
vítimas da burla na mesma ou, pior ainda, a alimentá-los e aos seus esquemas.
No
meio de tudo isto, nestas burlas regulares, os vigaristas são inimputáveis, que
são eles que fazem as leis e as regras da burla.
Claro
que, e tal como na burla das notas falsas, também nesta vigarice os burlões se
aproveitam do desejo das vítimas de endossar para outrem o trabalho de fazer
andar a país, ficando no remanso e quietude de quem nada faz para lucrar com o
trabalho dos outros.
Um
burlão de sucesso só o consegue ser se se aproveitar da cobiça dos demais!
By me
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