Não
que seja muito importante, que o não é. Mas este texto servirá, talvez, para
esfregar na cara de uns e umas que eu cá conheço.
Tem
andado fazer-me comichão no bichinho do ouvido o chamarem de “cardeal patriarca
“ a D. Manuel Clemente. Não que eu saiba muito destas coisas da igreja católica
apostólica romana, mas o seu a seu dono.
Acontece
que o título de “bispo”, tal como o de “cardeal”, são cargos hierárquicos na
igreja, tal como os de tenente, capitão, major, no exército.
Por
seu lado, o título de “patriarca”, ainda que vitalício, refere-se ao cargo
ocupado num patriarcado, que é uma divisão territorial da igreja, tal como
diocese ou paróquia.
Por
inerência de cargo, e por decisão lá do Vaticano, quem ocupe o cargo de “patriarca”,
deverá ser promovido ao posto de “cardeal”, passando a assumir o título de “cardeal
patriarca”, expressão que todos conhecemos.
Acontece
que D. Manuel Clemente (e o termo Dom já de si é um título) é bispo. Foi-o como
bispo auxiliar em Lisboa, foi-o como bispo do Porto. Ainda não foi promovido a
cardeal.
Sê-lo-á,
e de acordo com uma notícia agora lida, no início do próximo ano, em Roma.
Para
quem tiver dúvidas a este respeito, vejam-se as imagens do prelado em questão e
em como ele não usa, ainda, o barrete cardinalício - chapéu púrpura, de quatro pontas
e sem borla no centro. Ser-lhe-á imposto (ou entregue) na cerimónia em Roma, no
início do próximo ano.
Resta
acrescentar, a título de informação complementar, que os patriarcados romanos
no mundo não chegam a uma dúzia, que estão divididos entre os do Ocidente e os
do Oriente (que não os da igreja ortodoxa) e que, ao que julgo saber, a existência
de cada um se deveu a lutas pelo poder no seio da igreja católica, tanto de per
si como na sua relação com o poder político ou régio.
Fica
esta resenha, pouco - muito pouco – aprofundada.
E
fica o recado, para uns e umas que têm a mania que, por terem o ofício que têm,
tudo sabem: da próxima vez que forem confrontados com alguém que conteste o que
afirmam aos quatro ventos, no mínimo confirmem aquilo que julgam saber.
Que
não podemos estar sempre errados. Mas estar sempre certos também é difícil!
Fica
a imagem dos barretes. Os cardinalícios, não os que alguns enfiam.
By me
Imagem algures da net
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