Os tempos mudam,
tal como os templos.
Neste espaço, de
oração e devoção a um deus, já aconteceram orações e devoções a outro deus.
Mas se este agora é
imaterial, cuja existência é defendida por fé e escritos que o atestem, o
anterior era palpável, comerciável e fazia presença, ou faz presença, em casa
de grande parte dos portugueses. Como que uma espécie de altar, em torno do
qual cada um faz as suas próprias preces e rituais.
Aqui, onde vedes uma
igreja, já foi uma das melhores e mais conceituadas lojas de informática cá do
burgo, chegando a vir gente de mais de trinta quilómetros em redor fazer negócio
e acautelar o futuro dos seus negócios e equipamentos. Reparavam-se máquinas e
restauravam-se confianças na tecnologia. Exorcitavam-se demónios e vírus com
rezas tecnológicas e hardware abençoado por bites e bytes.
Acho que ali
lançar uns búzios e olhar umas folhas de chá, tentando adivinhar qual o próximo
templo que aqui assentará arraiais. Quem sabe se um banco?
By me
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