sábado, 25 de agosto de 2012

Temp(l)os




Os tempos mudam, tal como os templos.
Neste espaço, de oração e devoção a um deus, já aconteceram orações e devoções a outro deus.
Mas se este agora é imaterial, cuja existência é defendida por fé e escritos que o atestem, o anterior era palpável, comerciável e fazia presença, ou faz presença, em casa de grande parte dos portugueses. Como que uma espécie de altar, em torno do qual cada um faz as suas próprias preces e rituais.
Aqui, onde vedes uma igreja, já foi uma das melhores e mais conceituadas lojas de informática cá do burgo, chegando a vir gente de mais de trinta quilómetros em redor fazer negócio e acautelar o futuro dos seus negócios e equipamentos. Reparavam-se máquinas e restauravam-se confianças na tecnologia. Exorcitavam-se demónios e vírus com rezas tecnológicas e hardware abençoado por bites e bytes.

Acho que ali lançar uns búzios e olhar umas folhas de chá, tentando adivinhar qual o próximo templo que aqui assentará arraiais. Quem sabe se um banco?

By me 

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