O cafezinho matinal,
hoje, foi um bom pedaço mais tarde que o habitual.
Entretido que
andei aqui, com isto e com aquilo, só me dei por pronto para sair de casa já o
sol ia bem alto.
E se tivesse dúvidas
sobre o ir alto, a partir da sua posição e respectivas sombras, a força com que
me bateu logo que saí do prédio desvaneceu-as: estava lato e bem quente!
Entre o prédio e o
café da minha rua dista menos que o espaço de um cigarro. E como não os fumo na
escada nem no interior do café, fiz o de sempre: aguardei à porta deste último,
enquanto o tubinho branco se desfazia em cinzas e era reposto o nível de
nicotina no sangue.
Mas, e como o sol
estava alto e forte, a sombra simpática de uma árvore acolheu-me, enquanto o
meu olhar vagueava pelos prédios, asfalto e passeios, em busca de algo que
sobressaísse na rua que tão bem conheço e que merecesse uma fotografia.
Acabou por haver
motivo, mas não visual: auditivo: sendo que a leve brisa estava de feição, eis
que oiço a sirene dos bombeiros voluntários anunciando o meio-dia que, em linha
recta, distam uns bons dois quilómetros.
Quando a ouvi, era
exactamente isto que estava a ver. E, por momentos, esqueci que estava num
bairro suburbano, dormitório da grande cidade, em que maioria das pessoas nem
se conhece, quanto mais se cumprimenta.
Há sensações que não
são facilmente transmissíveis para a bidimensionalidade de uma fotografia. Esta
é uma delas!
By me
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