quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Sensações




O cafezinho matinal, hoje, foi um bom pedaço mais tarde que o habitual.
Entretido que andei aqui, com isto e com aquilo, só me dei por pronto para sair de casa já o sol ia bem alto.
E se tivesse dúvidas sobre o ir alto, a partir da sua posição e respectivas sombras, a força com que me bateu logo que saí do prédio desvaneceu-as: estava lato e bem quente!
Entre o prédio e o café da minha rua dista menos que o espaço de um cigarro. E como não os fumo na escada nem no interior do café, fiz o de sempre: aguardei à porta deste último, enquanto o tubinho branco se desfazia em cinzas e era reposto o nível de nicotina no sangue.
Mas, e como o sol estava alto e forte, a sombra simpática de uma árvore acolheu-me, enquanto o meu olhar vagueava pelos prédios, asfalto e passeios, em busca de algo que sobressaísse na rua que tão bem conheço e que merecesse uma fotografia.
Acabou por haver motivo, mas não visual: auditivo: sendo que a leve brisa estava de feição, eis que oiço a sirene dos bombeiros voluntários anunciando o meio-dia que, em linha recta, distam uns bons dois quilómetros.
Quando a ouvi, era exactamente isto que estava a ver. E, por momentos, esqueci que estava num bairro suburbano, dormitório da grande cidade, em que maioria das pessoas nem se conhece, quanto mais se cumprimenta.
Há sensações que não são facilmente transmissíveis para a bidimensionalidade de uma fotografia. Esta é uma delas!

By me

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