Aqueles que me
conhecem um bocadinho só que seja far-me-ão a justiça de não me considerarem
defensor do sistema monárquico. Espero eu.
Que essa coisa de
se aceder ao poder total ou parcial de um país apenas porque se nasceu filho de
ou de não me convence. A gestão de um país de do que acontece com os seus
cidadãos é coisa que tem que ser feita por aqueles que eles escolham e não por
quem lhes é imposto. P’las armas ou p’lo nascimento.
Mas uma coisa
tenho que reconhecer no sistema monárquico: os herdeiros da coroa, e supondo
não haver trocas nem “batotas” na sucessão, são pessoas treinadas desde tenra
idade para tal cargo. Na política, na economia, na gestão de vontades e
interesses… Poderão ter personalidades mimadas ou perversas, mas foram
treinados ou educados para o cargo.
E um dos treinos
que receberam foi o de cumprir ordens. Ainda que pudessem chegar ao topo da
hierarquia do estado, passavam algum tempo obedecendo a alguém que tinha poder
sobre ele (em regra num ambiente militar), sabendo na pele o que é cumprir e
obedecer sem poder ripostar ou contestar as instruções recebidas.
Claro está que, em
muitos casos, este “cumprir de ordens” era pouco menos que cerimonioso, não
passando o candidato a rei por situações humilhantes ou degradantes. Mas nem
sempre.
Nos tempos que
correm, todos os anos saem fornadas de licenciados das faculdades a quem foram
dados certificados de capacidade de gestão de meios materiais e humanos sem que
os diplomados algumas vez soubessem na pele o que é obedecer, o que é cumprir
ordens, o que é fazer coisas desagradáveis e não as poder contestar.
São estes
licenciados que acabam por assumir cargos de gestão nas empresas e/ou país,
dando ordens e decidindo sobre a vida e futuro de seres humanos baseados em
manuais que decoraram mas que nunca entenderam, em lógicas economicistas, em
gráficos e estatísticas. E decidem sobre o país ou empresas como um general de
decide um avanço, fazendo as contas a quantas baixas mortais haverá do seu lado
e considerando-as como aceitáveis.
Gestores de
pacotilha e políticos de dez reis de mel coado é o futuro que nos espera, a
menos que decidamos que quem tome essas decisões sabe o que é obedecer e
cumprir, e que, ao fazê-las, saiba na pele o preço das difíceis.
É muito possível
que, nas mesmas circunstancias sócio-político-económicas tanto um gestor de
pacotilha como alguém que subiu a pulso tomem as mesmas decisões. A diferença
estará que o segundo ponderou aspectos humanos que o primeiro nem suspeita que
possam existir.
Não sou Monárquico.
E, sendo Acrata, entendo que a Democracia é o mal menor.
Mas em tendo que
escolher alguém para tomar algum tipo de decisão em nome dos cidadãos, quero
alguém em cujo perfil conste que realmente trabalhou e que aprendeu a trabalhar
o que é o respeito pelo seu igual. Nunca alguém que, talvez, o tenha lido num
livro enfadonho que não o ensina a subir rapidamente ao poder.
By me
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