Leio no jornal Público
um artigo de Timothy William Waters sobre o julgamento de Radovan Karadzic e a
acusação de genocídio.
O artigo até tem
graça sobre o conceito de genocídio, a sua prova, e juntado no mesmo saco a
questão da Servia e da Bósnia com a questão da Turquia e da Arménia. Questão
esta ainda por resolver no plano político.
Esqueceu-se o
articulista de incluir neste saco uma outra questão, bem anterior ao séc. XX, e
que se refere ao que sucedeu naquilo a que chamamos de “América”. Tanto do
norte como no centro e no sul.
Por ali, a atitude
dos europeus invasores perante os povos nativos foi a sua extinção, p’las armas
e p’la cultura, tanto matando quase que indiscriminadamente quem já lá vivia com
aculturando esses mesmos, impondo-lhes outras formas de vida, importando
costumes e religiões, cerceando as suas formas tradicionais de alimentação e nomadismo…
Por outras
palavras: o que aconteceu no continente americano, de norte a sul, foi um genocídio
de muitas culturas e povos.
Indo um pouquinho
mais longe, é isso mesmo que ainda está a acontecer no Amazonas e na Patagónia.
Índios num, Mapuche noutro. Hoje, séc. XXI!
Quando me falam em
genocídios e julgamentos, os limitam a uma centena de anos ou nem tanto, e
decidem levar os casos a tribunal, lembro-me sempre daqueles outros que nem têm
quem lhes dê voz, quanto mais um juiz que os oiça.
By me
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