Foi há uns dias.
Primeiro vi-o
afastar-se de um automóvel com uma vassoura e começar a varrer a calçada.
Era domingo, não
estava fardado e a vassoura era demasiado frágil nas suas cerdas para ter sido
concebida para aquela função.
Estranhei e
deixei-me ficar.
Quando constatei
que só se preocupava com os desenhos da calçada, fiquei com uma quase certeza
que decidi confirmar perguntando, ou não tivesse eu o nariz comprido.
Quaisquer dúvidas
que ainda existissem na minha mente, ainda antes de entabular conversa, dissipar-se-iam
quando vi que na traseira do carro pouco havia que não uma mala de equipamento,
pequena, e este escadote.
Ainda lhes sugeri
o uso do monopé com câmara, levantado bem alto: mais leve e fácil de
transporte, permite colocar a câmara bem na vertical do assunto, evitando a
perspectiva lateral e eventuais sombras. E demonstrei-o.
Rui-se ela, riu-se
ele com sotaque francófono. E foram eles para o que ali os levara e que aqui se
vê, fui eu para o que ali me levara, já no interior do jardim.
Um destes dias, e
só por teimosia, faço-o à séria e sistematizado. Até porque, mais cabo, menos
cano, um destes dias já não haverá desenho nas calçadas para registar.
O que eu não lhes
disse, e que guardei como truque meu, é que um pouco de água e uma esfregona
escurecem os interstícios na calçada, deixando em evidência a união das pedras
brancas.
Mas não se pode
contar tudo.
By me
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