Contaram-me (ou
li, já não sei) que algures na antiguidade um rei (seria imperador?), tentando
melhorar o nível qualitativo da cultura e ciência do seu país, mandou chamar sábios
de todos os cantos do mundo conhecido de então.
Não se conheciam,
não partilhavam a mesma história, cultura, conhecimentos ou mesmo língua.
Mas seria nessa
diversidade total que o tal imperador (seria rei?) apostava. Que, em nada
havendo em comum, o que desta junção resultasse seria algo de completamente
novo, algo que levaria o mundo a abrir a boca de espanto com tanto saber e
modernidade.
Não sei o
resultado de tal reunião. Pois se nem sei onde era, quando foi ou mesmo o nome
do rei (seria imperador?).
O que sei, isso
sem sombra de dúvidas, é que hoje, quando se juntam pessoas para conversar, a
atitude generalizada é de exibição e afirmação das suas próprias certezas,
fechando as mais das vezes o espírito ao que os outros terão para contar.
Mas sendo que
partilham do mesmo contexto (cultural, ideológico, linguístico) também não têm,
as mais das vezes, algo de verdadeiramente novo ou diferente para contar. Que
as premissas são as mesmas e as conclusões são, por exclusão de partes, as
mesmas. Enfeitadas, claro está, com o ego de quem discursa.
Evidentemente que
há excepções. Tantas quantas, talvez, os tais sábios que o tal imperador (seria
rei?) juntou. São aqueles que, mais que querer contar o que sabem, querem
aprender o que os outros podem saber e, com isso, criar a novidade. São aqueles
que, mais que querem exibir-se, querem partilhar e aprender o saber e o pensar.
Falando ou não a mesma língua.
Faz falta que
surja um rei, imperador, descamisado, endinheirado ou qualquer outra coisa que
trate de os juntar e criar algo de realmente novo.
Hoje!
By me
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