Pediram-me para
fazer um texto, particularmente complexo, acompanhado de um retrato meu. A data
limite era hoje e eu, sendo português, guardei para a última o fazê-lo.
Estava eu bem
concentrado no texto quando oiço a campainha da porta. Logo seguida do bater da
mão na respectiva porta.
Naturalmente que
interrompi o que estava afazer (e o respectivo raciocínio) para ver quem com
aquela urgência me queria falar.
Pois quem assim
batia na minha porta era um vendedor. Quis ele fazer-me crer que não vendia mas
antes pedia contribuições para uma qualquer instituição, com a qual colaboraria
a Abraço, a Casa do Gil e já não sei que outras.
Não gostei nem um
nico. E fiz-lho saber.
Não gosto que
toquem a campainha e batam na porta ao mesmo tempo, a menos que seja um caso de
muita urgência. A resposta deixou-me siderado: “Mas tenho eu urgência em falar
consigo. O meu nome é (não fixei) e estou a falar com?” estendendo-me a mão.
“Com o tipo que
foi interrompido no que estava a fazer por si para coisas em que não quero
colaborar!” e não lha apertei nem me identifiquei.
Insistiu no seu
assunto e só faltou mesmo, para me deixar em paz, o bater-lhe com a porta na
cara, na verdadeira acepção do termo.
Entendo que cada
um faz pela sua vida. Mas interromperem a vida de cada um com aquilo que querem
fazer é, no mínimo uma agressão. Principalmente se não entendem que estão a
incomodar.
O cúmulo desta
história é que, passado algumas horas, estava eu a tentar fazer esta fotografia
e acertar a respectiva luz, quando tocam a campainha, logo seguido do bater na
porta com os nós dos dedos.
“Hoje estou mesmo
com azar!” pensei.
Não estava! Era o
mesmo fulano, que repetia a tentativa.
Quando me viu, e
notou a minha cara de pior que urso acordado a meio de hibernação, abanou,
pediu imensas desculpas, justificou-se com a desorganização dos seus
apontamentos e quase correu pela escada abaixo.
Agora digam lá se
eu não sou um herói: não lhe toquei nem com um dedo!
Quanto à
fotografia, saiu isto. O texto, é privado.
By me
Sem comentários:
Enviar um comentário