quarta-feira, 21 de agosto de 2013

O absurdo da formação actual



Por aquilo que leio nos jornais, a quantidade de estudantes no ensino superior está a diminuir devido à crise.
Não poderia estar mais incomodado com isto. Tenho para mim que a formação dos jovens, nos seus diversos graus, deveria ser gratuita para todos. Que haver gente capaz, integrada, profissionalmente sabedora e feliz na vida é uma mais valia para a sociedade. Muito mais que para cada um deles. E investir nas competências profissionais dos jovens (secundário, profissional, superior) é investir no futuro da sociedade.
Haver quem não possa seguir um percurso profissional apenas porque a sua família não tem meios económicos é um tiro no pé que todos fazemos, é um retrocesso civilizacional.
Por outro lado, esta poderá ser uma oportunidade doirada para corrigirmos alguns erros formativos!
Tem-se vindo a alegar, nos últimos quarenta anos, que só se será alguém na vida se se tiver uma formação superior. Disparate absoluto, já que nem todos têm capacidade intelectual para tal. Não se trata de menosprezo por ninguém, mas tão só a constatação de factos. Tal como nem todos têm capacidade para elevar grandes pesos, ou para desenhar, ou para escrever, ou para… Cada um deve procurar o seu futuro profissional à medida das suas próprias capacidades e não em consequência de chavões impostos socialmente.
Acontece, porém, que na sequencia destes chavões e na mira de lucros fáceis, têm surgidos instituições de ensino (profissional ou superior) em cada vão de escada. Satisfazendo a procura no mercado, mas sem qualidade suficiente para fazer a formação que publicitam.
Justificar tal afirmação? Fácil! A quantidade de jovens que, saídos destas escolas profissionais ou superiores, surgem no mercado de trabalho sem os conhecimentos que deveriam ter depois disso. Teóricos e práticos.
Possuem um diploma, pago e bem pago, mas que pouco mais vale que o papel em que está impresso.
Sair de um curso superior ou profissional na área dos audiovisuais para exercer a captação de imagem (vídeo, cinema, fotografia) entendendo a “regra dos terços” como um dogma inquestionável e sem saber a sua origem histórica ou como isto não é universal é formação no seu pior aspecto! É colocar os jovens dentro de uma forma, justa e opaca, impedindo-os de verem para além dela, transformando-os em seres meramente executantes de funções pré-programadas e incapazes de evoluir.

Formar jovens para serem exactamente iguais aos seus formadores é, mais que um tiro no pé social, um acto autofágico e demonstrador da incapacidade desses mesmos “formadores” de vão de escada.

By me 

Sem comentários: