quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Carris



Leio um artigo em que a Nikon bane dos seus concursos de fotografia todas as imagens feitas originalmente em filme, não aceitando mesmo as que tenham sido transpostas para suporte digital por um scanner.
A questão não me afecta muito, já que sou um fiel utilizador de câmaras Pentax, mesmo possuindo uma Nikon, de bolso.
Também me não restringe, já que não me candidato a concursos de fotografia. Não contem comigo para participar em eventos onde, e para além da perícia técnica e posse de equipamento, a criatividade é avaliada. Mal comparado, é um pouco como discutir sobre qual o melhor pintor: Picasso, Dali ou Miro. Absurdo!
Mas o que me deixou triste foi ver alguém defender esta restrição com o argumento, e cito, “Neste momento a película nada tem a oferecer para além de limitações ao processo criativo, algo que muitos criativos procuram.”
Dizer que a criatividade está fortemente dependente da tecnologia empregue, que os processos mais antigos já não servem a criatividade, e que só que usar o novo fará algo de novo, deixa-me com um amargo de boca.
Regressando ao exemplo da pintura, é como dizer que o óleo já não serve, porque foi inventado o acrílico. Para já não falar no carvão.

Não quero entrar em competição sobre criatividade. Até porque o meu trabalho não o merece (bem que o gostaria). Mas sempre acrescento que a imagem que acompanha este texto foi feita com uma Pentax LX, usando diapositivo como suporte e, como objectiva, uma lupa simples, montada sobre um tubo de extensão de comprimento variável para ajuste de foco. Neste trabalho, para controlo de exposição e nitidez e para além do tempo, usei um disco de cartão com um orifício, justaposto na frente da lupa.
O resultado foi o que esperava e queria.

Falamos de tecnologias de ponta?

By me

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