quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Bem feita



“Oh Deuses do Olimpo! Protegei-me dos meus amigos, que dos inimigos trato eu!”

Foi anunciado esta semana uma nova “taxa”, desta feita sobre reformas e pensões. Ficam dela excluídos os diplomatas, magistrados, políticos, juízes e militares.
Muito naturalmente esta medida desagradou à grande maioria dos cidadãos, principalmente aqueles que vão ser abrangidos por ela. Não apenas por verem o não cumprir de um contrato que eles, através dos seus descontos durante todas a vida, cumpriram escrupulosamente como por verem que há uma elite, sempre a mesma, que fica à margem dos sacrifícios impostos a todos.
Esta medida foi anunciada pelo governo interinamente presidido por Paulo Portas, agora investido no cargo de Vice-Primeiro-Ministro. Por duas semanas, o tempo que duram as férias do Primeiro-Ministro, Passos Coelho.
O que fará com que a carga negativa do anúncio destes cortes fique com quem a anunciou. Muito curiosamente, o mesmo que sempre fez bandeira de campanha, mesmo já no governo, que as pensões são intocáveis e com isso ele nunca “alinharia”.
Sendo certo que esta medida não terá sido decidida “do pé p’ra mão” e que terá sido estudada e avaliada durante algum tempo, e sendo certo que nada impunha ser anunciada agora, porque motivo o terá sido?
Cheira-me, mas eu não sou pessoa de bom feitio, que se trata de um anúncio preparado para ser feito agora, com o fito primeiro de baixar a “cotação” de Paulo Portas. Que, no fim de contas, colocou em risco o actual governo ao apresentar a sua demissão.
Vingança interna, portanto, numa guerra surda no seio da coligação.

A vingança, sabemo-lo, é coisa feia. Mas entre amigos ou sócios…

By me 

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