Um tipo acorda p’las
três e meia p’ra ir ganhar o pão com o suor do seu rosto.
É uma frase
verdadeira e falsa ao mesmo tempo, já que não trabalho num forno de pão, mas
isso não impede que o meu rosto sue como se lá trabalhasse.
A última vez que
vi o céu, antes de mergulhar na escuridão do buraco em causa, ele mostrava-me,
sem gráficos ou valores numéricos, o que é temperatura de cor e de como ela
varia, do laranja vivo ao azul profundo, passando por um branco puro.
Literalmente.
Algumas horas
depois, volto a olha-lo. Está azul pálido mas o sol, esse monstro energético,
mostra-nos aquilo de que é capaz, aquecendo tudo e todos os que estão no seu
caminho, mesmo que a oito minutos-luz de distância.
Apesar disso,
respiro de alivio, p’lo contraste com a escuridão de forma e conteúdo em que
estive mergulhado tanto tempo. E, para limpar a alma, “agarro-me” a uma pequena
e singela flor azul. Qualquer coisa serve, para uma higiene mental, nestas
ocasiões.
Em olhando p’ra
ela, em contra luz e com os seus cambiantes coloridos por via disso, fico
a pensar que os insectos gostam de flores azuis e vão lá buscar aquilo de que se
alimentam. Agora nós, humanos, evitamos, quase como o diabo a cruz, o azul da
nossa alimentação.
Nota extra: como
uma folha de papel reciclado pode ser útil, conjugada com uma câmarazita de
bolso.
By me
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