Só
quem nunca a ouviu não sabe como é dolorosa. A sirene dos bombeiros voluntários.
Colocada
sempre bem alto, tão alto quanto o possível, quando toca é um aperto: chama
pelos que dão pelos outros, a comparecerem para situações de aflição.
Quem
não teme os incêndios, principalmente os de mato ou floresta? E quem não fica
de coração quando os vê chegarem, com os seus carros e equipamento, a uma rua
para minorar os danos de um fogo doméstico?
Ouvir
a sirene dos bombeiros é saber que alguma tragédia está a acontecer.
Mas
ouvir a sirene também nos leva a um gesto reflexo, que nem o cão de Pavlov:
olhar o relógio.
Quando
não há a torre da igreja com o seu relógio e o bater das horas (e quartos e
meias) há a sirene que nos avisa do meio-dia. Ouvi-la é confirmar a exactidão
dos nossos próprios contadores de tempo.
Apesar
da distância que nos separa, se o vento está de feição ou se prima p’la ausência
(o que é bem raro) ouvi-la em casa é, se meio-dia for, uma tranquilidade: que
tudo está bem e que eles, os bombeiros, continuam alertas e a velar p’lo nosso
bem estar.
Creio
que não gostaria de viver pertinho do quartel dos voluntários da minha
freguesia. Mas não gostaria viver demasiado longe deles.
By me
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