segunda-feira, 5 de agosto de 2013

“Alto está, alto mora, todos a ouvem mas ninguém a adora”



Só quem nunca a ouviu não sabe como é dolorosa. A sirene dos bombeiros voluntários.
Colocada sempre bem alto, tão alto quanto o possível, quando toca é um aperto: chama pelos que dão pelos outros, a comparecerem para situações de aflição.
Quem não teme os incêndios, principalmente os de mato ou floresta? E quem não fica de coração quando os vê chegarem, com os seus carros e equipamento, a uma rua para minorar os danos de um fogo doméstico?
Ouvir a sirene dos bombeiros é saber que alguma tragédia está a acontecer.
Mas ouvir a sirene também nos leva a um gesto reflexo, que nem o cão de Pavlov: olhar o relógio.
Quando não há a torre da igreja com o seu relógio e o bater das horas (e quartos e meias) há a sirene que nos avisa do meio-dia. Ouvi-la é confirmar a exactidão dos nossos próprios contadores de tempo.
Apesar da distância que nos separa, se o vento está de feição ou se prima p’la ausência (o que é bem raro) ouvi-la em casa é, se meio-dia for, uma tranquilidade: que tudo está bem e que eles, os bombeiros, continuam alertas e a velar p’lo nosso bem estar.

Creio que não gostaria de viver pertinho do quartel dos voluntários da minha freguesia. Mas não gostaria viver demasiado longe deles.

By me

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