quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Atitudes



Não sou conhecido por ter bom feitio. Nada faço propositadamente para tal, mas também nada faço para o evitar.
Enquanto consumidor continuo a ser merecedor de tal fama.
Há uma cadeia de supermercados que não frequento. Não se prende com preços ou práticas laborais. Ao que consta, terá preços concorrenciais.
Acontece que muitos produtos que vende são importados da União Europeia. Também nada tenho contra isso. Se tivesse, seria adversário à União, que não é o caso.
Aquilo que de facto acontece é que alguns desses produtos referem apenas terem sido fabricados na EU, excluindo o país onde tal aconteceu. E é aqui que a porca torce o rabo. Que, excepção feita ao que não posso evitar, recuso consumir produtos oriundos da França.
Ainda não esqueci que, antes de assinar um tratado de não proliferação de armas nucleares, e à revelia de tudo quanto era opinião p’lo mundo fora, tratou de testar as suas próprias armas em atóis no Oceano Pacífico. Deixando por lá, nos “quintais” dos que lá residem, os resquícios de tais testes. Se o tivessem feito em solo pátrio, arcando os franceses com tais resíduos, admitiria. Agora levando outros povos a ter que conviver com isso… Não lhes perdoo!
De igual modo não consumo produtos da marca Parmalat. Não está em causa a sua qualidade. Dela não posso aferir, que há muito que os não provo. O que me deixou mesmo incomodado, para não usar um termo bem mais agressivo, foi a forma como esta marca se implantou em Portugal.
Monopolizou produtores e distribuidores, concorrência de preços aos pequenos comerciantes com regras de exclusividade absurdas, com o enorme capital investido de origem levou à falência outros produtores, transformadores e produtores… entrou à bruta, sem olhar a meios para atingir os fins. Impiedosamente.
Não lhes perdoo as falências e desempregos que então provocou entre os concorrentes e nas empresas que comprou para de seguida encerrar.
A lista de países ou marcas que me desagrada é bem longa e não se restringe a estes dois. E se levasse ao pé da letra os desagrados que tenho pelas má práticas económicas ou políticas, talvez que só me restasse refugiar-me numa qualquer ilha, bem isolada e longe de tudo e todos. Mas não o posso fazer.
Assim, mantenho alguns, e apenas alguns, desagrados de estimação, fazendo-lhes um boicote constante e respectiva divulgação.
Uns acabam por cair no olvido, outros sobem na lista e atingem lugares de topo. Outros ainda redimem-se, como foi o caso da Republica da Africa do Sul, cujos produtos passei a aceitar e consumir quando terminou com o regime de Aparthaid.


Não serei conhecido por ter bom feitio. Mas certamente que ninguém me poderá acusar de não tentar ser coerente nos princípios e nas práticas. Mesmo que, volta e meia, me esqueça ou faça de esquecido.

By me

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