Não
sou conhecido por ter bom feitio. Nada faço propositadamente para tal, mas também
nada faço para o evitar.
Enquanto
consumidor continuo a ser merecedor de tal fama.
Há
uma cadeia de supermercados que não frequento. Não se prende com preços ou práticas
laborais. Ao que consta, terá preços concorrenciais.
Acontece
que muitos produtos que vende são importados da União Europeia. Também nada
tenho contra isso. Se tivesse, seria adversário à União, que não é o caso.
Aquilo
que de facto acontece é que alguns desses produtos referem apenas terem sido
fabricados na EU, excluindo o país onde tal aconteceu. E é aqui que a porca
torce o rabo. Que, excepção feita ao que não posso evitar, recuso consumir
produtos oriundos da França.
Ainda
não esqueci que, antes de assinar um tratado de não proliferação de armas
nucleares, e à revelia de tudo quanto era opinião p’lo mundo fora, tratou de
testar as suas próprias armas em atóis no Oceano Pacífico. Deixando por lá, nos
“quintais” dos que lá residem, os resquícios de tais testes. Se o tivessem
feito em solo pátrio, arcando os franceses com tais resíduos, admitiria. Agora
levando outros povos a ter que conviver com isso… Não lhes perdoo!
De
igual modo não consumo produtos da marca Parmalat. Não está em causa a sua
qualidade. Dela não posso aferir, que há muito que os não provo. O que me
deixou mesmo incomodado, para não usar um termo bem mais agressivo, foi a forma
como esta marca se implantou em Portugal.
Monopolizou
produtores e distribuidores, concorrência de preços aos pequenos comerciantes
com regras de exclusividade absurdas, com o enorme capital investido de origem
levou à falência outros produtores, transformadores e produtores… entrou à
bruta, sem olhar a meios para atingir os fins. Impiedosamente.
Não
lhes perdoo as falências e desempregos que então provocou entre os concorrentes
e nas empresas que comprou para de seguida encerrar.
A
lista de países ou marcas que me desagrada é bem longa e não se restringe a
estes dois. E se levasse ao pé da letra os desagrados que tenho pelas má práticas
económicas ou políticas, talvez que só me restasse refugiar-me numa qualquer
ilha, bem isolada e longe de tudo e todos. Mas não o posso fazer.
Assim,
mantenho alguns, e apenas alguns, desagrados de estimação, fazendo-lhes um
boicote constante e respectiva divulgação.
Uns
acabam por cair no olvido, outros sobem na lista e atingem lugares de topo.
Outros ainda redimem-se, como foi o caso da Republica da Africa do Sul, cujos
produtos passei a aceitar e consumir quando terminou com o regime de Aparthaid.
Não
serei conhecido por ter bom feitio. Mas certamente que ninguém me poderá acusar
de não tentar ser coerente nos princípios e nas práticas. Mesmo que, volta e
meia, me esqueça ou faça de esquecido.
By me
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