quinta-feira, 26 de julho de 2012

O pacote




Sinto-me enganado. Burlado. Frustrado. Chateado. Abusado. E outras coisas acabadas em “-ado”. Ou mesmo em “-ido”.

Vejamos a história:
Há umas semanas uma pessoa amiga mostrou tristeza ao constatar que havia perdido um pacote de açúcar. Uma coisinha pequena, que usamos para adoçar cafés, galões ou chás. O motivo da tristeza prendia-se com o facto de ter sido guardado para oferecer a alguém conhecido que os colecciona.
Ouvi o queixume e registei. Num daqueles cantos onde guardamos informações pertinentes para eventual uso posterior.
Hoje estive perto do local onde se usam. Não é zona por onde costume passar, mas lá calhou. E lembrei-me.
Procurei onde se usam e fui tomar um café. Normal. O que não seria normal seria o eu palmar um pacotinho, se pudesse. Quando não, o plano B implicaria tomar a minha bica mais amarga, mas trazer o bendito pacote de qualquer forma.
Encostado ao balcão, peço um café. Na chávena ao lado, já usada, sobrava um pacote. Boa! Embolsei-o como quem não quer a coisa.
Veio a bica com… palheta de plástico. Peço uma de metal, que não há. Peço a alternativa – colher de galão para usar o cabo – e dizem-me que estou com sorte, porque vão passar a usar apenas de plástico para breve, mesmo de galão ou chá. Mas acabo por usar algo reutilizável, felizmente.
O que me fez sair mesmo do sério foi terem-me pedido uns enormíssimos 75 cêntimos por um café. Tomado ao balcão, acompanhado de palheta de plástico, se não tivesse reclamado. E, ainda por cima, não era grande coisa, o tal do café!
Garanto que, em passando por aqui, não voltarei a consumir a cafeína com que alimento parte da minha energia.
Mau café, caro e com palhetas… Nem pensem! Nem mesmo para satisfazer uma colecção de pacotes de açúcar!

Nota extra: a fotografia é má? Não me apeteceu fazer melhor, considerando a história que a envolve.

By me 

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