Quando, no decurso
de uma viagem, encontramos indicação de desvio que nos força a tal,
interpretamo-la como um incidente de percurso e continuamos, presumindo que se
trata de algo inevitável mas temporário.
Mas se, na
continuação dessa mesma viagem, constatamos que as placas de desvio se sucedem,
erráticas e sem nexo aparente, começamos a colocar questões.
Será que embarquei
na viagem certa?
Será que estou no
veículo certo?
Será que chegarei
a bom porto?
Será que chegarei
a algum porto?
Será melhor sair
nalguma escala?
Será que haverá
alguma escala?
Adianta continuar
numa viagem repleta de desvios e sem que saibamos que rumo temos ou mesmo se
haverá rumo?
Por vezes, em
viagens atribulas e quase sem sentido, faz sentido arrear as velas, largar
ancora, tomar a altura do sol, consultar o quadrante e pensar seriamente na
jornada feita e naquilo que, eventualmente, teremos ainda p’la frente.
By me
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