Suponho
que já não há quem vá àqueles divertimentos de feira intitulados “a casa dos
espelhos”.
Aqueles
espaços com tabiques de madeira, ou mesmo de pano, que faziam ecoar cá fora as
gargalhadas largadas lá dentro, e em que nunca se sabia bem se o motivo delas
seria o próprio se o ou a companheira de diversão perante as deformidades
constatadas.
Os
gordos feitos magros, os magros feitos gordos, os nem uma coisa nem outra
feitos já nem sei em quê… Era o pagode geral e as gargalhadas bem valiam o
preço do ingresso.
Hoje…
Hoje
qualquer programa de imagem, qualquer app de telemóvel, faz o mesmo. Com a
eventual vantagem de ficar o respectivo registo, divulgado via uma qualquer
rede social. As risadas da comicidade mantêm-se perante as deformações electrónicas.
Faltam,
no entanto, as lágrimas da hilaridade limpas em conjunto à saída, numa salutar
convivência, seguidas de um refresco ou de uma ginjinha.
Por
vezes, e em memória de outros tempos, recorro aos “olho de boi” ou ao côncavo
de uma colher.
By me
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