Uma
ocasião, estava eu no Jardim da Estrela com a minha câmara “à-lá-minuta” e vejo
dois casais que se passeavam por ali.
Passear
não será bem o termo.
Sendo
um dia de semana, estavam vestidos com um pouco mais de aprumo que o habitual,
pese embora não de circunstância. E um dos homens ia fotografando o outro
casal, que assumia poses “românticas”, seja lá isso o que for.
Passado
um pedaço passam por mim, perguntam-me o que era aquilo e, depois de
informados, pedem para fazer um retrato de um dos casais. O tal que estava a
ser fotografado.
Contaram-me,
entretanto, que era Ucranianos, a viver e trabalhar na Algarve havia anos, e
que tinham vindo a Lisboa para o casamento deles, na representação diplomática,
se bem me recordo.
E
aquela seria “A” fotografia do casamento.
Tentei
caprichar na função e, depois de entregue (grátis como todas as outras),
fizeram questão que a assinasse e datasse. Estranho pedido, que satisfiz.
Não
me recordo se nesse dia terei feito mais fotografias no meu projecto. Estou em
crer que sim, que todos os dias algumas fazia.
Mas,
mesmo que não tenha feito, aquela em particular fez-me o dia!
Que
há coisas que fazemos, mesmo que a troco de coisa alguma e a custo zero, que são
a “felicidade” de outros. Mesmo na fotografia.
E
quando o fazemos (e hoje foi mais um desses dias, ainda que não envolvendo
fotografia) vamo-nos deitar com a certeza de ter melhorado um nico mais o mundo
em que vivemos. E o sono será tranquilo.
Da
qualidade da fotografia junta?
Foi
a primeira que me fizeram no decurso do projecto, executada com um telemóvel que,
à época, já era arcaico.
Mas
se a qualidade visual de uma fotografia for vital para a memória que a ela
estará associada, há muito que já teriam deitado fora a primeira fotografia da
história.
By me
Sem comentários:
Enviar um comentário