A vida tem destes fenómenos interessantes:
Faz cruzar linhas, vindas aparentemente de lado algum, para formar um padrão
novo. Umas vezes evolutivo, outras quebrando com tudo o resto.
Há uns dias, numa conversa no trabalho,
estava eu a tentar que um novato percebesse a diferença entre regras e fórmulas
por um lado e equilíbrio e centros de interesse por outro, e dou comigo a
repetir uma frase que há muito não dizia mas que já me cansei de a dizer:
“Se eu souber porquê, sei como”.
Dias depois tropeço num velho mestre, numa
daquelas coincidência que a vida tem e as tecnologias ajudam a concretizar. E,
nunca nos esqueçamos, um mestre é sempre um mestre, independentemente das
voltas que a terra possa dar, merecedor sempre do respeito devido a quem sabe e
nos fez o favor de o partilhar connosco.
E, nas poucas palavras que trocámos,
atira-me ele uma citação alicerçada num ponto do espaço-tempo bem recuado e
esconso:
“Ainda não sei fazer, mas já sei como se
faz.”
Hoje mesmo, em fazendo uma consulta em
livros que por aqui tenho há mais de vinte anos, os meus olhos deram com um
apontamento feito a lápis numa margem, coisa que muito raramente faço. Mas devo
ter achado de tal forma importante que tratei de a registar para que nunca me
esquecesse. Não era preciso, que está aqui marcada a fogo entre dois neurónios:
“A teoria sem a prática é estúpida, a prática
sem a teoria é cega”.
Desde hoje, a meio do dia, que estou a
tentar perceber se, na confusão do que sou, sou-o porque acreditei nelas ou se
evolui até concordar com elas.
By me
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