É um daqueles aspectos que muitos
negligenciam: o como suportar o equipamento. Em particular a luz que, tendo que
existir em tudo quanto é lado, não queremos mostrar de onde vem. Em princípio.
Para além dos tripés (um clássico) ou de
uma teia (também um clássico, ainda que mais elaborado) existem também as “barracudas”,
os cabos de aço, os “braços mágicos”, as “girafas” e, naturalmente, os pantógrafos.
Permitem estes que, a partir de um ponto
fixo no tecto ou teia, se possa colocar a fonte de luz à altura que se
pretende.
Prático de usar, depois de montado, é
pesado e, se não se tiver cuidado, uma das suas molas ou cabos de aço podem com
facilidade cortar um dedo (factual) ou uma fatia de um (também factual).
Tenho vindo a lidar com este equipamento há
anos, pese embora não opere com eles, e já tenho assistido ou sabido de episódios
caricatos.
Um desses episódios vividos passou-se num
estúdio que era bem mais que apenas estúdio e onde eu passava uma boa parte do
dia junto com outras pessoas.
Tínhamos por lá três pantógrafos, um dos
quais haveria que ser electrificado a preceito.
O electricista do local já havia sido por várias
vezes solicitado a fazer o trabalho mas, e sabemos como são os tugas, a coisa
era sempre adiada para data posterior, que seria ou não cumprida. Não estava a
ser.
Passados mais de dois meses sobre a
primeira vez que pedi para que o fizesse, “saltou-me a tampa”!
Indo ter com ele, pedi-lhe ajuda. Disse-lhe
que não conseguia sozinho fazer descer o bendito pantógrafo e que precisava que
me viesse segurar na escada enquanto eu o fazia. Do resto trataria eu.
Envergonhado com o facto de ir ajudar alguém
a fazer a tarefa que lhe competia, acabou por o fazer ele mesmo, com o meu auxílio,
naturalmente.
Vieram, mais tarde, perguntar-me como tinha
conseguido que ele fizesse o trabalho, mas nunca me “descosi”. Ao fim e ao
cabo, o que eu queria era a coisa feita, não a sua vergonha pública.
Ainda hoje, mesmo que não com pantógrafos e
teias de iluminação, uso de técnicas semelhantes. Regra geral, acabo por ganhar
um compincha de trabalho, no lugar de um adversário.
By me
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