Este sinal que aqui está não é nenhuma
indicação subliminar de indicação de voto para Outubro.
Mais não é que um vulgaríssimo sinal de trânsito,
um entre muitas dezenas ou milhares que existem pelo país fora. Em particular
na zona das chamadas “avenidas novas”, em Lisboa.
Estas avenidas têm duas zonas de trânsito automóvel,
uma ascendente outra descendente, separadas por uma zona arborizada que também é
usada para estacionamento.
Em nenhum dos cruzamentos é permitido
voltar à esquerda, como este sinal indica claramente. Ou, dito de outro modo e
mais formal, é obrigatório seguir em frente ou à direita.
E é aqui, nesta subtileza do ser proibido
algo ou obrigatório o seu oposto, que a coisa tem graça.
Em tempos estes cruzamentos estiveram
pejados de sinais de proibição. Em cada um e em cada faixa de rodagem, lá
estava o sinal vermelho de proibição de voltar à esquerda. E era banal haver
que o ignorasse, virando ou mesmo invertendo a marcha. Tal como eram banais os
respectivos acidentes, com o embater com os carros que vinham em sentido
oposto.
Alguém decidiu solucionar o problema:
Trocaram os sinais de proibição pelos de obrigação do seu oposto. Tão simples
como isto. E a quantidade de acidente diminuiu drasticamente.
A razão de ser desta consequência de algo tão
simples e, aparentemente, inócuo, prende-se com o inconsciente:
Ninguém gosta de proibições!
Mais: todos, em podendo, quebram as regras
e ignoram as proibições.
Pior: quando as proibições se sucedem, há a
tendência natural para nem delas nos apercebermos. Um sinal vermelho de proibição
de virar à esquerda, junto com um sinal vermelho de estacionamento proibido,
junto com um sinal de sentido proibido, junto com um sinal de… são tantas as
proibições que alguma delas acaba por passar despercebida e a proibição ser
infringida.
Deste modo, passou a haver menos proibições
e as existentes mais notórias. E as obrigações, as únicas nestas avenidas, a
ficarem mais em evidência.
E a condução automóvel menos irritante.
Sei que desde que foi feita esta alteração
nos sinais de trânsito, há talvez vinte anos, o fluxo automóvel passou a ser
bem mais fluido e os acidentes em muito menor número.
By me
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