Alguém
me fez o favor de fazer este registo.
Da
minha pessoa exercendo o mister de fotógrafo de jardim. Ou, se preferirem, de
fotógrafo à-là-minuta.
Era,
de facto, um conjunto pouco convencional, ver este tipo manuseando um artefacto
supostamente vetusto, numa actividade já extinta ou quase, usando pendurada do
ombro uma DSLR novinha em folha. E não cobrando p’la fotografia que fazia e
entregava.
Destruidor
de negócios, dirão alguns. Alegrador de corações, dirão os que por ela
passaram. Doido varrido, acrescentarão ainda outros.
Serei
tudo isso e mais um par de botas.
Mas
posso assegurar que todas as centenas de pessoas que posaram para esta câmara
ao longo daqueles três anos se afastaram com um sorriso nos lábios. De todos os
estratos sociais, de todos os níveis culturais, de todos os continentes.
E,
garanto, quando ao fim do dia regressava eu a casa puxando o carrinho onde tudo
isto se arrumava e carregando-o por autocarros e comboios, ia trauteando uma
qualquer musiquinha alegre e bem disposta. Com a certeza de ter feito nesse dia
mais um quantos felizes, de que levavam uma história p’ra contar, tal como eu,
e que obtiveram de borla aquilo que, nalguns casos, não tinham como pagar.
Há
quem ande p’las ruas e templos a prometer ou anunciar a felicidade numa vida
posterior e eterna. Há quem se bata por uma vida melhor nos quatro anos
consecutivos. Durante três anos, e por poucos minutos que fossem (nalguns casos
sei que foi por anos a fio), fiz gente feliz.
Creio
ter ganho um lugar tranquilo no céu dos photógraphos.
By me
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