Eu
estava cheio de boas intenções. Juro que estava.
Um
texto publicado na net por uma conhecida levou-me de regresso a um tema que
conheço razoavelmente e a minha mente deixou-se levar por considerações de ordem
vária.
O
seu texto merecia uma resposta ou um conjunto de pensamentos feito a sério.
Mas
talvez que o contraste de ser domingo, com o fresco da sombra e calorzinho simpático
do sol me afastasse da organização que tal impunha.
Recorri
a um truque velho de anos: escrever enquanto como. Faço-o em locais que
conheço, baratinhos de preferência, onde o palato não é alvo de surpresas e o
ambiente também não me distrai. Saí de casa e rumei a Sintra.
Abancado,
rapei do portátil e ataquei. Mas as ideias, muitas vezes, tomam vida própria e
não há forma de as dominar. Aquilo que consegui escrever em nada se assemelhava
ao que tinha em mente. Útil e usável, mas não aquilo que queria. Talvez que de
ser domingo, dos contrastes climatéricos e do vinho do almoço.
Zarpei
dali, já satisfeito fisicamente, mas nada do ponto de vista criativo. Afinal, o
que me tinha proposto fazer havia falhado. E optei p’lo plano B: uma esplanada.
Afinal, o tempo até nem estava agreste, sem vento, e sempre poderia escrever
fumando um ou vários cigarritos, impossíveis de consumir num restaurante.
Um
fiasco!
Por
ser domingo, as esplanadas de Sintra ou estavam apinhadas de turistas, nada que
eu quisesse ter por companhia neste entretém, ou estavam fechadas.
Coisa
nenhuma, no que toca ao que levara a sair de casa.
Acabei
por regressar a casa, com linhas rectas, curvas e quebradas, algumas totalmente
aleatórias, outras bem simbólicas.
Talvez
que amanhã, ao saltar da cama, me consiga concentrar aqui mesmo em casa e dar
conta do recado. Que, afinal, é assunto sério, dentro da classe dos tabus.
By me
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