É
uma daquelas manias que tenho: acreditar que ninguém nasce sabendo e que terá
que aprender.
E
é outra mania que tenho: acreditar que aqueles que sabem têm o dever de o
passar a quem o não sabe.
Manias!
Mas,
mais que uma mania, é uma prática.
O
que não sei (e é tanto, caramba!) vou fazendo por aprender. Umas vezes sistematicamente,
outras de forma caótica. Umas vezes procurando quem sabe e me deixe aprender,
outras baseado na tentativa e erro, mais estes que o que gostaria.
Mas
também é prática minha fazer passar o que sei. Tenho-o por dever e pratico-o.
Com alunos, com formandos, com maçaricos, mesmo até com completamente
estranhos.
E,
tal como me não caem os parentes na lama por mostrar que não sei e que quero
aprender, também não sou sobranceiro para com os que querem aprender.
Afinal,
é tudo uma troca nesta vida.
Agora
faz-me sair do sério os que impedem outros de aprender.
Recordo
um caso, na primeira pessoa.
Procurava
eu documentação técnica específica sobre determinado equipamento. É ele antigo,
pelo que já não se encontra na net e fui pedindo-o a quem com ele trabalhava e
o pudesse ter. Acabei por o encontrar na posse de quem não suspeitava e que, de
imediato, mo disponibilizou.
Algum
tempo depois, dois anos talvez, um dos que me disse que não tinha veio ter
comigo fazendo comentários ao meu trabalho e confrontando-o com o que constava
nessa tal documentação que teria ido consultar em casa.
Nada
comentei sobre a “nega” que me tinha dado tempos antes. Mas registei-o naquele
livrinho de capa preta que tenho na cabeça.
Tal
como recordo o caso de um maçarico no trabalho, que até deveria ter a obrigação
de bem fazer o seu ofício, mas que incorria em erros diversos. Durante algum
tempo fui insistindo com ele no como fazer certo e bem, tanto com observações e
comentários como com demonstrações práticas.
Inútil!
Mal virava eu as costas, voltava ele a fazer como vinha fazendo, esquecendo ou
querendo esquecer por inteiro o que deveria ter aprendido.
Também
este entrou nesse tal livrinho de capa preta.
Tanto
um como outro estão riscados da minha convivência. Um porque já com ele não
trabalho. Há poucos anos decidiu partir com outros rumos de vida e fez ele
muito bem. Para si mesmo e para mim, que não tenho que com ele conviver diariamente.
O outro só partilha o meu tempo de trabalho ocasionalmente. Felizmente.
Quanto
ao resto, que sejam muito felizes – estes e os que tomaram atitudes
equivalente.
Desde
que bem longe de mim! Que não gosto de ter muitos nomes no livrinho de capa
preta.
By me
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