É
sempre interessante de ver o como os media cobrem os acontecimentos.
Do
ponto de vista fotográfico, continua a existir a ideia feita que um repórter a
sério tem que possuir uma câmara cara, de preferência volumosa. Este volume é,
em regra, acrescentado com o “grip”, um acréscimo de bateria colocado sob a
câmara, que lhe confere, para além de muito maior autonomia, um aspecto mais
volumoso, pesado, sério e circunspecto. Em tempos era o motor ou winder, que
permitia fotografar em sequência. “Obviamente que só um profissional podia
assim gastar película!” Claro que tem que ser uma reflex. E com uma grande objectiva
na frente.
Em
cima um flash. Estes ainda não mudaram muito de configuração, continuando a ser
a parte frágil a união deste com a câmara. Já ninguém usa um “cabeça de
martelo”, lateral à câmara, e muito menos os de reflector redondo e lâmpadas ejectáveis.
Claro
está que quem surgir com uma câmarazita de bolso, com um flash incorporado e sem
uma correia de marca é um penetra, um “amador”, alguém “armado em”. A menos que
tenha um ar retro, estilo Leica, em que é olhado com deferência pelos
restantes.
Tamanho
é documento!
No
caso do vídeo é parecido, se bem que as tecnologias sejam mais rápidas nas
mudanças de opinião.
Há
as câmaras pesadas, fazendo o registo em cassete e com ligação ao resto do
mundo por cabo até à antena parabólica que fará o salto via satélite para a
estação emissora. Ninguém põe em causa quem aquilo faz.
Algumas
destas substituem o complicado de manobrar cabo por um sistema de rádio. Mais
liberdade de movimentos mas limitado por obstáculos como paredes e afins.
Segue-se
lhe a miniaturização em modo pró: a comunicação com a estação já não é via
satélite mas antes usando as redes de comunicação moveis dos telemóveis. Várias
pens de banda larga repartem a imagem e o som entre si, garantindo a
transmissão. Total autonomia, leveza do sistema. Dificuldade de comunicação se
a cobertura no local da rede de telemóveis não for a melhor.
A
juntar a esta redução de tamanho e autonomia, a própria câmara: metade do
volume, menos que isso de peso, muito menos ainda de preço. Transportável num
qualquer saco acolchoado, quando não em serviço o seu portador passa
despercebido em qualquer lado. Claro que, de tão pequena que é de origem, que
obriga a um sem número de extras acoplados, acabando por parecer e ser frágil
na sua utilização. Ele é o visor, ele o projector de luz, ele é o transmissor,
ele é o receptor rádio do micro, ele são as pens… quase que me recorda uma
estação espacial, de tantos extras que trás.
Depois…
bem, depois há a outra categoria de câmaras de vídeo: minorquinhas, compráveis
em qualquer grande superfície, com um tripé ou monopé com a mesma origem,
transportáveis em qualquer mochila de desporto ou escolar… algumas quase que
são menores que o microfone sem fios que é usado. São os que alimentam com
pequenos vídeos as páginas web de jornais e estações de rádio. Sem necessitarem
de sistemas de transmissão que não um pequeno computador portátil (que viaja,
eventualmente, na mesma mochila) e net, a qualidade pretendida é a da web: as janelas
são pequenas e a resolução exigida neste meio pelo público é reduzida.
São
olhados meio de lado pelos outros, os da “tralha grande”: “O que vêem estes
garotos ou garotas aqui fazer, ocupando um espaço que preciso p’ra minha
câmara? Cresce na idade e no tamanho do “ferro” e depois a gente conversa.
Entretanto, não atrapalhes!”
E
são tantos os meios em uso, uns mais a dar nas vistas, outros bem discretos,
porque são tantos os órgãos de comunicação, que é bem frequente ficar a dúvida
se o “assunto importante” está à frente da objectiva ou se são elas mesmas que
o fazem.
By me
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